ALÉM DO DINHEIRO
A literatura nos brindava com uma relatório da lavra de Graciliano Ramos direcionado ao Governador de Alagoas, narrando fatos da sua gestão como Prefeito de Palmeiras dos Índios – AL (07.01.1928/10.04.1930).
Em recente viagem ao Pajeú recebi a obra “Pedro Pires Ferreira, Meu pai”, de autoria de Nevinha Pires e editado pela família, neste ano. Na publicação encontrei uma prestação de contas de mandato do eterno prefeito tabirense. A seguir alguns pontos para que determinados políticos deixem de invocar a falta de dinheiro e que com ações corretas cumpram suas obrigações. Com atitudes corretas o dinheiro deixa de ser o foco único.
Podemos aprender muito sobre humildade, honestidade, atenção, limites, prioridade, etc. com estas citações: “Se cometi faltas contrariando os princípios da democracia, do direito e da ética administrativa é porque ignorei a maneira certa e legal de proceder”; “Uma coisa não se dirá: é que eu tenha me aproveitado do poder para perseguições mesquinhas ou com ele me beneficiado para enriquecimento de meu patrimônio particular”; “Sei que não solucionei os problemas da minha terra, todavia, não os deixei relegados ao esquecimentos” e “Procurei sempre aplicar a
prática administrativa, atendendo em primeiro lugar às necessidades mais urgentes.” Vejam que o líder não culpou a falta de dinheiro, citou atos.
Com atestado da ampla visão de Pedro Pires e da sua correção transcrevo abaixo duas estrofes lidas nas festividades do seu centenário, inclusas no livro. Os autores, dois poetas de Jabitacá: José Severo Liberal – “Numa estrada vicinal/Numa passagem molhada/Numa cancela assentada/Numa escolinha rural/Na placa de um hospital/Nos aterros da ladeira/Na construção da ‘bueira’/Nas águas do cacimbão/Vá atrás que tem a mão/De Pedro Pires Ferreira.” e de Quincas Rafael – “Ele era Pedro Pires/No dia da eleição/Ele era Pedro Pires/Na hora da precisão/Foi tão extraordinário/Que qualquer adversário/Apertava sua mão.”
Muito bom tais exemplos. Que tanta falta tem feito Brasil a fora.