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Crônica de Ademar Rafael

ANTÔNIO PÁDUA DE LIMA

Em que pese a filosofia da rua apontar em outras direções, gosto da afirmativa que alguns valores nós trazemos do berço. Este modelo é plenamente aplicável ao professor Antônio Grilo. Desde cedo soube aplicar e copiar os bons exemplos.

Nos conhecemos em 1972 numa sala de aula do querido Ginásio Industrial, além das disciplinas convencionais estudamos juntos marcenaria durante o ensino básico e continuamos no curso técnico de contabilidade. Na época ele e seu irmão José Fernandes, de saudosa memória, trabalhavam na fábrica de colchoes que ficava em frente ao depósito de Zé Mariano e pertencia ao empresário Zé dos Colchões.

Muitas vezes, quando havia entregas imediatas, eles emendavam depois das aulas e varavam madrugadas. Várias vezes, entre matéria prima e maquinas, estudamos matemática para atender exigente professor Geraldo Campos e posteriormente Durval Galdino. As demais disciplinas tirávamos de letra.

Antônio Grilo sempre teve forte ligação com o esporte, bom jogador de futebol de salão. Dominava muito bem os fundamentos domínio de bola, condução de bola, passe e chute. Nunca gostou de jogador que apenas fazia cena, o famoso “rebolador”, sempre foi adepto do futebol bem jogado e com resultado prático, ou seja, com vitórias.

Na época que assumi o Barcelona foi um conselheiro perene. Foi a primeira pessoa que me falou que o futsal precisava de mudanças. O velho sistema dois x dois estagnara em função de  repetência. A dinâmica que tal esporte tomou foi premeditada por Antônio Grilo, muito antes de acontecer.

Ficava indignado com o estrago que o Colégio Olavo Bilac de Sertânia fazia nos jogos estudantis regionais, ao abocanhar praticamente todas as medalhas em disputa. Sentenciava repetidamente: “Isto ocorre porque não nos preparamos, deixamos tudo para última hora. Eles ao concluírem uma competição continuam treinando firme para próxima.” Como era revestida de verdade essa observação.

Motivado a galgar situação financeira suficiente para proporcionar uma vida digna, lutou com dedicação, estudo e muita ação ocupou o lugar merecido como professor de educação física. Sua contribuição foi do tamanho do seu compromisso, sempre buscou aplicar boas práticas na orientações aos atletas que cuidou com extrema dedicação.

Amante da boa leitura e da poesia foi um amigo e admirador do meu velho pai, Quincas Rafael. Sabe avaliar muito bem o que é o desempenho de um cantador de viola numa cantoria pé de parede. Parabéns meu amigo você com sua simplicidade, respeito aos demais e competência é um exemplo a ser seguido.


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