DESTRUIR E VENDER BARATO
Esta tem sido a prática nociva que nossos “patriotas” governantes utilizam desde o governo do príncipe FHC durante processos de vendas das estatais que julgam ineficientes. Assim ocorreu e acontece com o nosso Correios. Esta empresa que durante muito tempo perdia apenas para o Corpo de Bombeiro no quesito confiança.
Quem é de minha faixa etária lembra de Gastão, Zezito Sá, Dinha Carteiro, Dário, Zé Barbosa e Dona Hilda. Éramos atendidos de forma humanizada. Um telegrama ou uma outra comunicação urgente chegava ao destinatário na hora certa.
O que houve com essa secular empresa? Foram colocando novos serviços, novos encargos e novos desafios sem fornecer aos seus servidores as condições ideais de trabalho. Criaram uma rede de correspondentes que, diferente do estava escrito nos contratos, escolhiam serviços deixando para agências convencionais às responsabilidades relativas aos serviços de menor retorno financeiro. Jogaram um Banco no interior das agências postais. Deixaram funcionário de carreira fora dos principais cargos.
Que empresa suportaria impactos desta envergadura sem perder eficiência? Que estrutura não seria rompida com tanto peso e falta de reforço na base? Possíveis excessos cometidos pelas entidades sindicais deram força para o discurso privatizante, nada justifica a campanha depreciativa do dono na empresa que pretende “torrar” no segundo semestre.
Mesmo enfrentando uma concorrência desproporcional, pelo que representa a atividade e pelo tamanho do negócio muitos compradores aparecerão, os preços dos serviços serão ajustados ao mercado, virá uma eficiência aparente, os investidores ficarão mais ricos e o Brasil mais pobre. Uma premonição: “Os correios serão comprados com capital chinês ou com dinheiro americano via FedEx – Express Brasil”.
É uma pena. Primeiro destrói e depois se vende barato.