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Crônica de Ademar Rafael

FINADOS

Em um ano em que uma pandemia ceifou mais de 1,2 milhões de vidas na face da terra a data dedicada à memória dos mortos ganha outra dimensão. Não há como passar por ela sem conviver com o sentimento de perdas de entes queridos impotentes diante da COVID-19.

Não conheço ninguém que tenha decifrado o simbolismo do dia dois de novembro com maior intensidade que o poeta João Batista de Siqueira – Cancão. Aqui transcrevemos a primeira estrofe do poema “Dia de Finados”, retirada do livro Palavras ao prelúdio: “Raiou o dia, um soluço/Se espalhava choroso/Era o vento pesaroso/Que soluçava convulso/O sol focava debruço/Nas janelas do levante/O céu, um manto brilhante/Cravejado de  cristais/Anunciava os sinais/De um dia emocionante.”

Na literatura sobre o tema existem vastos registros de que o “Dia de Finados”, na perspectiva dos católicos foi instituído pelo abade Santo Odilon (962-1049), no ano de 998, na abadia de Cluny – França. No entanto, à honra aos mortos antecede referida data, a construção das pirâmides de Gizé e o Taj Mahal sustentam que os corpos das pessoas idas mereceram atenção desde as antigas civilizações.

Limitando a quatro países, extraímos de texto disponível no site www.a12.com.br parte de informações sobre a forma que a data é comemorada em diversas nações. No Brasil damos o sentido de tristeza durante as visitas; no México o dia é comemorado com eventos festivos que ocorrem de 31 de outubro a 02 de novembro; na Espanha a comemoração se dar no dia 01 de novembro como “Dia de todos os santos”, com visitas aos cemitérios; e no Japão homenagens são prestadas aos ancestrais no dia 15 de agosto.

Cabe-nos, observadas os critérios que cada religião permite, não deixar de honrar nossos ascendentes e para eles dedicar uma oração.

 


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Marconi de Albuquerque Urquiza
4 anos atrás

Ótima crônica. Abração