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Crônica do Ademar Rafael

AS MORDAÇAS

Pelas comodidades que as redes sociais proporcionam participo de grupos em alguns dos diversos aplicativos disponíveis. Seleciono cada grupo em função do interesse em dialogar virtualmente com membros de tais agrupamentos.

Uma coisa, no entanto, não me deixa muito à vontade. É a lista de restrições que a maioria dos grupos impõe aos seus membros. Mensagens como: “Aqui é proibido fazer postagens sobre política, religião e futebol.” Não tendo muito interesse em outros quesitos fico fora de grupos com estas ou outras condicionantes.

O que me leva pensar e agir assim? Desde que nasci sou impiedosamente contrário a qualquer tipo de freio na convivência humana. Defenderei até a última hora do plano terreno que se alguém cometer excessos que pague por eles. Criar barreiras tira do ser humano um valor que não devia ser negociável: A liberdade.

Quando alguém me ver em local onde imperam proibições, pode afirmar com toda certeza que ali estou por força da capacidade que tenho de desenvolver para “engolir sapos” em nome da convivência coletiva.

No meu ponto de vista, cuja particularidade pode ser questionável, essas restrições impostas em nome da fantasia do “evitar conflitos” expõem nossa incapacidade de conviver com o contraditório e de habitar o mesmo universo com pessoas que pensam diferente.

Já registrei muitas vezes que acredito no crescimento derivado do contraditório, da habilidade com argumentos que não tentem eliminar ou desqualificar o pensamento do outro. Esta prática, de acordo com o que penso, está nos transformando em pessoas duras, amargas e incapazes de discutir até exaustão dos argumentos em busca da concordância possível. Que tal liberarmos geral em nome do diálogo pleno?


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