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Mendonça quer privatizar a água e o esgoto assim como fez com a Celpe

Assim como foi a favor da venda da Celpe, em 2000, quando ocupava o cargo de vice-governador no governo Jarbas Vasconcelos (MDB), o pré-candidato a prefeito do Recife Mendonça Filho (DEM) defende que a Compesa, cuja missão é cuidar do abastecimento de água e do tratamento e coleta do esgoto dos pernambucanos, seja repassada à iniciativa privada. O democrata diz ser a favor do Novo Marco do Saneamento Básico, alegando que a privatização da empresa pública vai melhorar a cobertura do serviço no estado e nos municípios pernambucanos. Caso eleito, ele promete retirar o Recife da cobertura da companhia estadual.

“A Compesa presta um péssimo serviço à população. Falta até abastecimento de água. Recentemente, eu visitava algumas ruas de Nova Descoberta e qual era a principal reclamação? Falta de água. Tem bairros no Recife que faltam água. Imagine esgoto tratado e coletado”, apontou o pré-candidato a prefeito do Recife, em entrevista à TV JC, na quarta-feira (19).

Por trás do discurso privatista do ex-ministro de Michel Temer está a fragilização das empresas públicas do setor e a possibilidade de exploração por parte da iniciativa privada, sem ter o compromisso com a universalização do abastecimento de água e tratamento de esgoto. Livres de quaisquer amarras legais para atingir esses objetivos, a nova lei abre caminho para que a iniciativa privada explore comercialmente as localidades com maior potencial financeiro e mercadológico, esvaziando a gestão associada às empresas públicas, a exemplo da Compesa, normalmente ligadas a governos estaduais e/ou municipais. Além disso, as localidades com menor possibilidade de retorno financeiro correm o risco de não ver água potável e esgoto tratado em suas portas.

Ao retirar a autonomia dos municípios e estados para escolher o modelo saneamento básico, o novo Marco Legal do setor – defendido com unhas e dentes por Mendonça Filho – fragiliza as metas de universalização do serviço, poderá ocasionar problemas com transparência e a dificuldade de monitoramento da prestação do serviço pelo setor público. “Eu acho que uma empresa como Compesa ou presta um bom serviço ou a gente tem que buscar uma alternativa para atender a população, do ponto de vista de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto”, disse o pré-candidato a prefeito.


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