Home » Sem categoria » Crônica de Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

O SETENTÃO

Em junho deste ano o maior palco do futebol brasileiro, nosso querido e histórico Maracanã completou setenta anos. O estádio Mario Filho assistiu jogadas inarráveis de Garrincha; jogos extraordinários do Rei Pelé, inclusive o
milésimo gol; o elástico que Rivelino deu no volante Alcir e tantas outras cenas que entraram para o folclore do futebol.

Chorou na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950 e vibrou com Romário na vitória sobre o mesmo Uruguai nas eliminatórias da Copa de 1994 e na conquista da Medalha de Ouro nas Olimpíadas de 2016. Seu maior artilheiro foi Zico, com 333 gols. O Galinho de Quintino também é o recordista de gols numa única partida: 6 gols, em 1979 na vitória do Flamengo sobre o Goytacaz por 7 a 1. Outros grandes artilheiros da história do estádio foram: Roberto Dinamite, Luisinho Lemos, Romário, Quarentinha, Valdo, Pinga, Garrincha, Dida e Bebeto.

Nelson Rodrigues, o maior cronista do “Maraca”, criou as expressões “geraldinos”  e  “arquibaldos”, para nominar os torcedores que assistiam os jogos na geral e nas arquibancadas do Maracanã. Neste ponto podíamos ver a
segregação por meio do poder econômico, os detentores de maiores rendas ficavam nas cadeiras e os pobres iam de geral ou arquibancadas numa linguagem tipicamente carioca. Outro termo bastante conhecido na época do
auge do Maracanã foi cunhado pelo locutor goiano Waldir Amaral. No encerramento das transmissões com sua inconfundível o narrador dizia: “Deserto e adormecido o gigante do Maracanã”.

O Maracanã também foi palco de grandes eventos. Recebeu o Papa João Paulo II; grandes nomes da música brasileira e mundial; bancou o fantástico jogo de voleibol entre Brasil e Rússia e serviu de abertura e encerramento das Olimpíadas de 2016, inclusive com realização de provas.

Por imposição da FIFA passou por uma grande reforma e perdeu um pouco do seu encanto, com a concepção de Arena viu sua capacidade de duzentos mil torcedores ser reduzida para menos da metade.

Destacamos aqui algumas músicas alusivas ao estádio, a primeira “Colosso do Maracanã”, composta nos anos 1950 por Ari Machado e Anthony Sergi; sem ordem cronológica vieram posteriormente: “O campeão – Meu time”, de Neguinho da Beija Flor; “Praia e sol”, de Bebeto e Adilson Silva; “Maracanã”, de Francis Hime e Paulo César Pinheiro; “Domingo tem Maracanã”, de cantor Pedro Paulo; “Mar de Maracanã”, de Guinga e Edu Kneip; “A bola do
Maracanã”,  de Gracia e Chavito; “A bola e Saudades do Galhinho” de Moraes Moreira.

Dois atletas de Afogados da Ingazeira pisaram no gramado do estádio, Deinha jogando pelo Santa Cruz e Yane Marques durante os Jogos Olímpicos de 2016. No meu primeiro contato com o Maracanã vi o Fluminense perder para o Corinthians pelo placar de 1 a 0, gol de Biro Biro.


Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários