A CULPA É DE QUEM FAZ.
O secular jornal A UNIÃO de João Pessoa – PB publicou um encarte sob o título “Pensar”, convocando seus leitores e suas leitoras a fazerem uma profunda reflexão sobre nove temas: Direito humano, Ecumenismo, Feminismo, Suicídio, Democracia, Longevidade, Preconceito, Sustentabilidade e Ideologia. Nesta crônica quero falar um pouco sobre o último tema sugerido pelo jornal paraibano.
O encarte traz importantes informações sobre a palavra “Ideologia”. Assegura que ela foi inventada no século XVIII por Destutt de Tracy, filósofo francês. Seria para ele “… uma ciência dentro do ramo da Ciência da Natureza, que teria como objetivo tentar entender e explicar a origem das idéias.” Cita, também, a apropriação do termo por Karl Marx e por Friedrich Engels.
Em nosso país o termo tem sido sacrificado nos últimos anos para justificar atos de personalidades que enxergam traços ideológicos em tudo. Cada um, ao seu modo e na defesa dos seus interesses, reiteradamente afirma: “Em órgão ‘x’ tem apenas ideologia”, “A ideologia está acabando com instituição ‘y’” e “Temos que resgatar a entidade ‘z’
da ideologia e devolvê-los ao povo brasileiro”.
Para ficar bem claro e sem nenhuma sombra de dúvida o Brasil foi, é e será uma nação conservadora. Isto faz parte do seu DNA. Os “Donos do poder”, na concepção traçada por Raimundo Faoro sempre encontram uma brecha para manter seus privilégios em governos de direita, de centro ou de esquerda. Movem-se em velocidade supersônica e sugam até a última gota.
Os atos praticados por Hitler, Stalin, Mao e pela linha dura do movimento que derrubou Jango do poder em 1964 nada tem haver com ideologia, tem compatibilidade com a mente e o coração de quem os praticou. Que tal cada um assumir seus atos e deixar a “ideologia” quieta?