O DEVER DE CASA
Se existe uma coisa sobre a qual eu não tenho dúvida é que a convivência harmônica entre a produção e a preservação do meio ambiente tem pouco da situação econômica ou financeira dos envolvidos e tem muito da
noção exata de cidadania e do pensamento coletivo.
Conheci em Barra do Choça – BA um pequeno agricultor, graduado em agronomia com muito esforço pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, provedor de família digna com a renda de uma pequena
propriedade onde cultivava café na sombra, milho, feijão, mandioca, forragem para gado de leite, aplicava a técnica sustentável de corte seletivo de madeira nobre e criava pequenos animais e peixes.
Testemunhei na Amazônia a nociva pratica de colonos que ao receberem um lote em assentamento do INCRA a primeira coisa que faziam era retirar a madeira, inclusive de castanheiras, para vender por preço de banana. Outros vendiam hastes do açaí para retirada do palmito, também por preço aviltado. Cabe registrar que a maioria dos colonos criticavam o procedimento inadequado dos seus pares e preservaram seus lotes.
A revista época negócios de março-2020, na série de reportagem sob o título “Capitalismo em transe”, apresenta estudo do grupo canadense Corporate Knights com base em dados de sete mil organizações mundiais sobre sessenta e cinco indicadores ambientais, sociais e econômicos. As duas empresas classificadas como mais sustentáveis no mundo são da Dinamarca. A primeira é a Osted A/S, do setor de energia; a segunda é a Chr. Hansen Holding A/S, do setor de alimentos. A terceira colocada é a Neste Oyj, do setor de petróleo da Finlândia.
Cabe registrar que a Dinamarca começou investir em energia eólica nos anos 1970, nós estamos pensando em tributar o setor. Sim, o Banco do Brasil aparece na nona posição, a Cemig em décima nona e a Natura em
trigésima. A convivência harmônica é possível? Decida.