Por:Ademar Rafael
APRENDER NA LUTA
Do clássico “As mil e uma noites”, na versão de Antoine Galland, retirei o trecho a seguir para dar rumo ao tema desta crônica: “É bom que os príncipes tenham de enfrentar desgraças; a adversidade lhes purifica as virtudes e eles aprendem o governar melhor”.
O que foi escrito no fantástico livro serve como uma luva para o momento atual quando o quesito é comportamento humano. Nesta época de “comodidades” poucos topam enfrentar adversidades e muitos preferem caminhar no mar das facilidades que normalmente levam o lugar nenhum.
Meu pai, em tom de brincadeira, sempre falava: “De puder fique sentado em vez de ficar de pé e fique deitado em vez de ficar sentado.” Desconheço a origem dessa frase e reconheço que ela tem perfeita aderência com o pensamento atual.
Em nossos dias os alunos não copiam mais enunciados que os professores colocam nos quadros, batem fotos. Para esmagadora maioria escrever um texto de cinco linhas é uma tortura. Os textos das redes sociais são substituídos por imagens de tudo. São aplausos, sinais de positivo ou negativo, “carinhas” ou outros sinais.
Nas empresas os fluxogramas das rotinas de serviços e os manuais são substituídos por mensagens de aparelhos móveis em linguagem tão diversificada que a sistematização e a uniformidade de procedimentos saem de cena. Simplificar processos é diferente de banalizar, menor esforço não é o mesmo que abandonar rotinas. Neste ponto estamos falhando muito e os serviços prestados estão perdendo a eficácia em nome de uma “praticidade” prejudicial para empresas e usuários.
Não é salutar fugir dos obstáculos, precisamos assumir nossos papéis e,com denodo, superar as dificuldades para criar musculatura e massa crítica para enfrentarmos um mundo cada vez mais competitivo.