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Crônica de Ademar Rafael

JORNALISMO IDEAL

Os jornalistas William Corrêa e Ricardo Taira que atuaram juntos na TV Cultura escreveram os livro “Jornalismo ainda é cultura”, publicação que deveria ser leitura obrigatória e diária para todos que atuam nos diversos
meios de comunicação de massa.

O livro aborda de forma exemplar como deve ser o comportamento da imprensa diante de fatos relevantes com impacto na vida das pessoas, sugerem imparcialidade e profissionalismo, defendem que o contraditório é salutar e que a diversidade de idéias contribui para o amplo debate.

Quem assiste o Jornal da Cultura nota que o formato em que as notícias são comentadas por convidados que formam a bancada com os apresentadores ou apresentadoras. Nos assuntos em que os comentaristas discordam os espectadores podem escolher a versão que seu juízo de valor mais se aproxima.

A obra não poupa críticas às pautas sensacionalistas, as notícias revestidas de interesses financeiros e o noticiário “chapa branca” que tanto agradam aos governantes de plantão. O patrulhamento também é criticado. A publicação é uma aula sobre o jornalismo ideal.

Sobre a interferência do poder nas publicações os autores citam o caso do primeiro jornal da história, a “Acta Diurna”, criado pelo imperador romano Júlio César em 59 a.C. Em referido jornal, segundo a versão apresentada, o General publicava suas grandes conquistas, a expansão do Império Romano e as notícias que fortaleciam sua imagem. Nele não havia registros das derrotas e nem dos escândalos que envolviam o Imperador ou deus aliados.

Portanto, a prática de governantes interferirem e ditarem as pautas de grandes veículos de comunicação não é fato novo. O jornalismo ideal é possível? Seguindo orientações do livro, talvez. Não seguindo, jamais.


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