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Crônica do Ademar Rafael

PAULO BALBINO BARROS

Esta crônica é a terceira e última da trilogia adaptada da crônica “Pessoas do meu sertão XVII”, publicada no site www.afgadosdaingazeira.com sobre Clóvis de Dóia, Jucá Neto e Paulo Rato.

PAULO RATO, cria das Varas de Quincas Flor, sua querida Jabitacá. Informalmente foi uma agência de empregos em Recife, muitos jovens do sertão chegaram ao primeiro emprego na capital através da rede de amizade de Paulo Rato. Seu escritório por muito tempo funcionou na mesa de um bar que ficava na esquina da Imperatriz com a Rua do Hospício, na boêmia Boa Vista. Em tom de brincadeira eu costumava dizer que Jabitacá havia dado três “autoridades”: “Ademar, Fernando Boy e Carlos Pessoa”. Sempre aparecia alguém para dizer: “Pode incluir Paulo
Rato nesta lista”, tanto concordo que me retiro deixando os três.

Paulo servia também como conselheiro para assuntos que versavam como se portar na mesa, abordar uma paquera ou participar de um processo seletivo. Ele detinha ainda a qualidade de dormir no chão para deixar a cama para um amigo. Tinha muito pouco apego para coisas materiais, mesmo não sendo rotariano aplicava uma das máximas do Rotary: Dar de si sem pensar em si.

Amante da boa música, estando no sertão, não perdia uma seresta com Lostiba, Zá Marinho, Marquinhos, Chico Arruda, Pé Roxo, Pé de Banda e, principalmente, com Val.  Estivemos juntos em vários congressos de violeiros e inúmeras cantorias pé de parede, ali ele expunha toda sua sensibilidade em relação à poesia.

Em seus últimos dias de vida e João Pessoa, recebeu a visita de poucos amigos. Contou com o apoio do primo Assis, que com tal gesto deu suporte ao que Quincas Rafael escreveu no final do poema “Meu carro velho quebrou”: “… Esse teu nome ASSIS/Devia ser era ação”. Deixou uma legião de amigos e o exemplo de como viver sem apego ao dinheiro.

Por: Ademar Rafael


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