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Crônica de Ademar Rafael

TEMPOS MODERNOS

Em conversas meu filho Sávio costuma afirmar que sou saudosista. Em parte ele tem razão, tenho preferência pelas coisas do modelo antigo sem desqualificar as modernidades. Convivo com elas sem traumas.

Em dezembro 2018, realizando trabalhos para o SENAR e SEBRAE da Paraíba, fiz várias viagens pela interior do estado utilizando o transporte alternativo em diversas partes do sertão.

Invariavelmente detectei que as pessoas ao entrar nas vans perguntavam imediatamente a senha de acesso à internet, colocavam nos dispositivos moveis e ficavam de olho no sinal para ler e mandar mensagens. Os motoristas também utilizavam seus aparelhos para conversar com usuários dos seus serviços. Ora para identificar locais de entrega de encomendas, ora para confirmar locais onde passageiros estavam.

Sempre que assistia as cenas lembrava das viagens nos anos 70 e 80. A diversão no interior dos carros era a contagem de jumentos na beira das estradas. Ganhava que encontrava mais animais do seu lado. No início
era feito um sorteio para ver quem ficava com o lado direito ou esquerdo. Outra aposta divertida era a contagem dos carros de placas ímpar ou par durante a viagem.

Para os atuais usuários da rede mundial de computadores e das redes sociais as apostas do meu tempo de jovem não apresentam atração nenhuma. Nós que convivemos com as brincadeiras sabemos como elas “encurtavam” os trajetos, apesar das “brigas” que vez por outra aconteciam.

Voltar no tempo é impossível, no entanto, a fixação das pessoas em seus aparelhos de alta tecnologia impedem que vejam as paisagens e o exercício de percepção do cenário em tempo real.

Por:Ademar Rafael


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