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Crônica de Ademar Rafael

LAURA RAMOS DE BRITO*

Na época de sua morte o poeta João Paraibano escreveu em uma de suas estrofes os seguintes versos “A senhora não deve a Afogados, Afogados é que deve pra senhora”. Além da beleza métrica a mensagem espelha,
com muita nitidez uma verdade: Dona Laura realmente fez muito por Afogados.

Como colega de sala de aula de Bila, amigo de Antônio e de Heleno e funcionário de Aniceto tive a honra de conviver na residência de Dona Laura. Mãe exemplar saiba quem eram os pais dos amigos e das amigas
dos seus filhos e das suas filhas.

Os genros e noras eram tratados como filhos e filhas, ai de quem fizesse uma injustiça com um dos seus. Com respeito, porém com muita veemência, ela defendia sua família.

Era o ponto de equilíbrio e o calmante para Zé Mariano na hora em que ele pretendia punir um dos filhos caso cometesse um desvio, sob sua ótica.

No comércio conhecia pelo nome todos os clientes e sempre perguntava por outro membro da família ao encontrar um amigo. Tinha invariavelmente uma palavra de apoio para quem a procurasse. Desconheço um caso de uma pessoa que tenha batido em sua porta e ficado ao relento.

Foi a grande conselheira e confidente de Antônio Mariano, falecido em agosto último. Em 83 levei uns amigos do Ceará para conhecer Afogados e Antônio, após uma bela rodada de cerveja no clube campestre, nos levou a sua casa para que os cearenses conhecessem Dona Laura, apresentando-a como o grande esteio da sua carreira política.

Em suas compras de presentes, ao final de cada de ano, Dona Laura incluía todos os seus funcionários, com os quais dividia sua farta mesa.

Assim defino a eterna Dama da Manoel Borba.

*) – Originalmente publicada no site www.afogadosdaingazeira.com.br, como Pessoas do meu sertão XI.

Por: Ademar Rafael


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