INTOLERÂNCIA
Desde que comecei a convier em ambientes coletivos ouvi que “política”, “religião” e “futebol” são assuntos cujas discussões não chegam ao consenso e que os debates podem gerar conflitos intermináveis.
Assim fui tocando o vida. Sempre que referidos temas surgiam em debates eu tentava fugir, mas dependendo do ambiente sempre apresentava minha versão sem esperar ser entendido.
Ao ultrapassar as barreiras dos sessenta anos, com o poder de argumentação em declínio, não entro em discussões sobre os três assuntos. No entanto, percebo que a cada dia as opiniões conflitantes sobre “política”, “religião” e “futebol“ ganharam a companhia da “intolerância”.
Com adição deste novo ingrediente os debates estão sendo conduzidos para um universo onde a incapacidade de convergência é instalada previamente e o caldo extraído tem gosto amargo.
Por motivos diversos estamos perdendo a capacidade de, pelo menos, tentar ouvir o pensamento alheio. Entramos nas disputas verbais e escritas com juízo de valor formado e a intolerância grassa nos contatos pessoais e nos meios virtuais.
O fenômeno de comunicação popularmente chamado de “redes sociais” tem colocado tempero perigoso nas relações entre os debatedores que,munidos dos arsenais cibernéticos, apontam jatos de venenos perigosos
em todas as direções.
Uma palavra destoante do pensamento de alguém é suficiente para propagação de ofensas que extrapolam qualquer perspectiva de convivência harmoniosa entre seres da mesma espécie, classificados como humanos.
Por: Ademar Rafael