A CARTA
É possível que boa parte das pessoas que estão lendo esta crônica não tenha passado pelas experiências de escrever ou esperar ansiosamente por notícias da pessoa amada por meio uma carta. O primeiro verbete do “Minidicionário Luft” define uma carta como: “Escrito a mão ou datilografado com que se correspondem as pessoas; epístola; missiva”.
O compositor Erasmo Carlos inicia sua música “A carta” da seguinte forma: “Escrevo-te/Estas mal traçadas linhas/Meu amor!/Porque veio a saudade/Visitar meu coração/Espero que desculpes/Os meus errinhos por favor/Nas frases desta carta/Que é uma prova de afeição…”.
O baiano Waldick Soriano, em música com o mesmo título escreveu: “Minha querida, saudações/Escrevo esta carta/ Não repare os senões/ Para dizer o que sinto/ Longe de ti/Amargurando na saudade/As horas vividas com felicidade…”.
Percebam que os dois compositores expressam alta carga de sentimento e pedem desculpas pelos possíveis erros, tínhamos humildade na época que escrevíamos cartas de amor. Nos dias atuais isto pode ser caracterizado com um ponto fraco, no passado era salutar reconhecermos nossos limites.
Convivi com um casal que na época que eram novos residiam em cidades distintas e firmaram um compromisso para todo dia colocar uma carta no correio. Ele para ela e ela para ele. Colecionaram e nos encontros periódicos reliam as cartas conjuntamente.
Chico Xavier no livro “Sinal Verde” afirma que: “Uma carta é um retrato espiritual de quem a escreve” e que “Uma carta que sai do seu punho é você conversando”. Pelos menos uma vez por ano escreva uma carta. Quem recebê-la vai ficar muito feliz e retribuirá com outra. Viva a carta! A comunicação pelo método epistolar não pode morrer.
Por: Ademar Rafael