Por: Aline Moura – Diário de Pernambuco
O Tribunal Regional Eleitoral recebeu o pedido de cancelamento da candidatura de Julio Lóssio, que concorre ao governo do estado. A solicitação foi encaminhada pela comissão executiva da Rede Sustentabilidade, que o expulsou por unanimidade, no dia 21 de setembro, alegando infidelidade partidária. O processo foi distribuído para o desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho, mas ainda não tem prazo para ser julgado. Após o magistrado concluir o julgamento do caso, contudo, ele apresenta um relatório que será julgado no pleno do TRE, composto por sete desembargadores.
Lóssio terá direito à defesa e, independentemente da decisão tomada pelo TRE do estado, a parte que perder pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até lá, ele continua na disputa e o nome dele há está nas urnas, de forma sub judice. Se o TSE acatar o pedido de expulsão, os votos de Lóssio serão anulados. Se o caso não for julgado pela instância nacional a tempo, entretanto, a votação dele será divulgada para os eleitores, podendo ajudar ou não a levar a disputa para o segundo turno em Pernambuco.
O candidato da Rede foi afastado da Rede por ter feito aliança, em Pernambuco, com o coronel Luiz Meira (PRP) e o empresário Gilson Machado (PSL). Os dois são ligados a Jair Bolsonaro, o primeiro inclusive seria candidato ao governo de Bolsonaro, enquanto o segundo faz parte da articulação nacional do presidenciável. A comissão executiva da sigla comandada por Marina Silva alegou, entre os motivos da expulsão, que ele autorizou divulgação de material de campanha onde o rosto de Bolsonaro aparece ao seu lado e não o de Marina. A esposa de Lóssio, Andrea, que concorre à deputada estadual, fez aliança com o coronel Meira. A Rede alegou, nesse caso, que ela prejudicou os candidatos proporcionais da sigla, uma vez que a Rede enfrenta o desafio de eleger deputados federais para não ser prejudicada pela cláusula de barreira.
O representante nacional da Rede em Pernambuco, Roberto Leandro, disse que Lóssio anunciou os apoios dos bolsonaristas após o presidenciável levar uma facada, durante caminhada em Minas Gerais, e crescer nas pesquisas. Para Leandro, a aliança foi premeditada e se deu num momento em que Marina decrescia nas pesquisas, outro motivo para contestar a candidatura do candidato ao governo. Lóssio, por sua vez, frisou que não fez aliança, mas recebeu apoios, da mesma forma que Marina recebeu apoio de Cristovam Buarque (PPS-DF) e Pedro Simon (MDB-RJ).