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Tese da neutralidade continua em pauta no PSB

Por: Marcelo Montanini 

Com a possibilidade de o PSB rachar na eleição,a ala pernambucana costura com os demais diretórios a tese de neutralidade para evitar a disputa no voto na convenção nacional, no próximo domingo, em Brasília. Apesar de a liberação das direções estaduais desagradar boa parte dos correligionários, seria a única capaz de manter a legenda relativamente unida: afinal, a maioria dos diretórios é favorável ao ex-governador Ciro Gomes (PDT) e alguns estados estratégicos – entre eles, Pernambuco – estão inclinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A recusa do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), pré-candidato ao Governo de Minas Gerais, em ser o vice do presidenciável do PDT jogou um banho de água fria no apoio ao pedetista e embaralhou a articulação com os petistas no Estado.

“Eu sou candidato ao Governo de Minas Gerais e não há hipótese de me candidatar a vice-presidente. Essa é a nossa decisão final”, declarou. Segundo socialistas, nem mesmo o anúncio do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, de que o ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), poderia ser uma opção, teriao mesmo peso.

O deputado federal Julio Delgado (PSB) afirmou que a declaração de Lacerda afasta as chances da sigla caminhar formalmente com Ciro e reforça a tese de liberar os diretórios. “É a ideia geral: que se evite a disputa por votos. Se formos para a disputa, o partido pode sair dividido”, ponderou. Outro socialista, em reserva, concorda, pontuando que o apelo interno ao pedetista perdeu força nas últimas semana, embora ainda seja maioria.

O governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional da sigla, e o prefeito Geraldo Julio, primeiro-secretário nacional, têm conversado cotidianamente com correligionários para fechar o acordo. Ambos devem participar das duas convenções – a nacional, em Brasília, e a estadual, no Recife – que ocorrem simultaneamente. A expectativa é que o acordo seja feito até sábado.

Apesar de Pernambuco possuir peso simbólico para o partido, vem sendo minado por outras lideranças, que ascenderam após a morte do ex-governador Eduardo Campos, em 2014. Entre eles, o governador de São Paulo, Márcio França, que comanda o principal colégio eleitoral do País, e deseja apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Nos bastidores, comenta-se que há uma guerra velada entre os estados pelo poder da legenda, que já teria ficado evidente em outras ocasiões. Atualmente, a neutralidade beneficiaria a ambos.


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