O senador Armando Monteiro (PTB-PE) foi um dos coordenadores de manifesto das bancadas federais do Nordeste a ser encaminhado ao presidente da República reivindicando a prorrogação, até 2025, dos incentivos fiscais à indústria automobilística instalada na região, que vencem em 2020. A medida beneficiará diretamente a Fiat Chrysler em Goiana e a Baterias Moura, em Belo Jardim.
Os deputados federais e senadores nordestinos destacam, no manifesto, que “a prorrogação viabilizará um novo ciclo de investimentos que irá consolidar a cadeia produtiva na região, gerando mais empregos de qualidade, ampliando o número de fornecedores e a capacidade produtiva do setor”.
Segundo o manifesto, “tal política foi fundamental para descentralizar os investimentos da produção automotiva, sendo capaz de gerar profundas mudanças na realidade socioeconômica da região e dos municípios, que eram anteriormente vítimas da estagnação econômica e da ausência de oportunidades para a população”.
Em visita às instalações da Fiat em Goiana, em março último, o presidente Michel Temer anunciou a medida, mas a oposição do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, vem impedindo que ela se concretize.
Mobilização – Armando Monteiro, os senadores Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) e os deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Fernando Filho (DEM-PE) e José Carlos Aleluia (DEM-BA), reunidos ontem (terça, 3), decidiram mobilizar as bancadas do Nordeste no Senado e na Câmara dos Deputados contra a resistência de Guardia e Rachid. Já iniciaram a coleta das assinaturas do manifesto ao presidente da República, que até o meio-dia tinha 72 parlamentares.
Afora a Fiat Chrysler em Goiana e as baterias Moura em Belo Jardim, os incentivos fiscais às montadoras fora do Sudeste e Sul beneficiam a Ford na Bahia e a Troller no Ceará. Essas empresas usam o crédito presumido do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para abater o pagamento do PIS-Cofins, desde que invistam em pesquisa e inovação tecnológica.
Armando lembrou que o polo automotivo de Goiana emprega cerca de 14 mil trabalhadores, incluindo os fornecedores e terceirizados, enquanto o grupo Moura, maior produtor de baterias do país, com 7,5 milhões de unidades por ano, possui seis mil empregados. “Além disso, estará assegurado às duas empresas o desenvolvimento de novas tecnologias e, em consequência, a manutenção da competitividade delas nos mercados doméstico e externo”, concluiu o senador petebista.