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Crônica de Ademar Rafael

AMARO BATISTA DA SILVA – SEU AMARO*

Amaro Pé de Pato permita-me a família do homenageado que o trate pela alcunha que foi conhecido por todos em nossa cidade.

Sua memória privilegiada permitida que os apostadores do jogo do bicho soubessem os números das placas de todos os veículos existentes em Afogados até os anos 70, bem como dos automóveis de usuários dos hotéis de Caranguejo, Dona Milinha ou Pousada Costa e vissem seus sonhos transformados em milhares, centenas e dezenas.

A entrega do secular “Diário de Pernambuco” era feita sob sol e chuva, seguindo uma ordem que apenas ele sabia, acredito que na sequência dos leitores mais apressados.

Torcedor inflamado do Guarany não perdia um treino ou um jogo, sempre disposto e contribuir com o time no que estivesse ao seu alcance.

Brincalhão, divertia-se com a citação da história do “bolo” ocorrida à beira do antigo campo do BAC. Quando alguns atletas, orquestrados por Lulu Pantera, mandaram bater um escanteio enquanto os outros jogadores comeram um bolo que ele levava para uma aniversariante.

Tinha no rosto o sorriso gratuito que apenas os habitantes do Pajeú possuem e exerceu os papéis de cambista e entregador de jornal com exemplar correção. Fazia questão de entregar o prêmio do jogo no mesmo dia e não permitia atraso na entrega do jornal.

Caro amigo Amaro: você faz parte da história de Afogados da Ingazeira, por ter trazido, em cada dia, a história do mundo via “Diário de Pernambuco” e, principalmente, pela sua simpatia e simplicidade.

Por: Ademar Rafael

(*) – Publicada originalmente no site www.afogadosdaingazeira.com.br, Pessoas do meu sertão V e inserida no livro “Afogados da Ingazeira – Memórias”, de Fernando Pires.


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