PARA CHAMAR DE SEU
Esta história dos governantes ambicionarem um jornalista ou grupo de comunicação para “chamar de seu” é antiga. Steve Forbes e John Prevas no livro “Poder, ambição e glória” atestam que Alexandre (356-323 a.C.) e Aníbal (247-183 a.C.) levaram historiadores gregos para cobertura das suas vitórias durantes as batalhas que enfrentaram.
Em nosso Brasil Getúlio Vargas contou com o escudeiro Samuel Wainer e com o jornal “Última Hora” para enfrentar Carlos Lacerda e sua “Tribuna da Imprensa”.
JK, nosso presidente “bossa nova” foi abraçado pela turma ligada a Adolpho Bloch, as páginas da revista “Manchete” davam cores e brilho a vitoriosa careira política do filho de Diamantina.
O regime militar contou com o irrestrito apoio do trio Roberto Marinho, Antônio Carlos Magalhães e José Sarney para ampliar o que bom foi feito e reduzir a pó o que não era de agrado dos presidentes militares.
Sarney, enquanto presidente, manipulou em seu favor todos os grupos da comunicação a ele ligados e ligados aos “aliados”. Roberto Marinho foi seu maior consultor.
O príncipe FHC manteve debaixo dos seus pés “Folha de São Paulo”, “Estadão” e “Globo”. A revista “Primeira Leitura”, criada ao seu feitio por Reinaldo Azevedo, parou de circular após o fim do segundo mandato.
Os presidentes petistas contaram com os afagos da revista “Carta Capital” e “Caros Amigos”. A primeira continua em banca com os esforços de Mino Carta e a segunda parou sua publicação na edição nº 248.
Estes relatos provam que a “liberdade de expressão” requisitada por alguns jornalistas muitas vezes não é sinônimo de “independência”.
Por: Ademar Rafael