Opositor do governador Paulo Câmara (PSB), o deputado federal Bruno Araújo (PSDB), que comandou do Ministério das Cidades no governo Temer, indicou uma possível falta de coerência do chefe do Executivo estadual e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), no afastamento de Dilma Rousseff (PT) do Palácio do Planalto. De acordo com o tucano, os dois trataram com ele e com o deputado federal Mendonça Filho (DEM) de “como afastar Dilma”.
“Paulo Câmara e Geraldo Julio sentaram diversas vezes comigo e com Mendonça combinando como afastar Dilma Rousseff e hoje buscam aliança com o PT, que montou o jargão de ‘golpistas’. Ou, eventualmente, se confirmado o MDB numa aliança com Paulo Câmara e PT, o PT vai ter que explicar porque se aliou numa coligação com o partido de Temer. Então, este debate vai ser maravilhoso”, disse Bruno Araújo no 17º Fórum Empresarial Lide, nesta sexta-feira (20).
O deputado federal tucano foi o autor do 342º voto na Câmara pela admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff, garantindo, assim, a maioria de dois terços necessária para que o pedido fosse encaminhado ao Senado.
O governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, reagiu às declarações do tucano. Por meio de nota, o socialista afirmou que “Bruno Araújo deveria se preocupar com o partido dele em Pernambuco, que se esvaziou sob o seu comando”, e negou que tenha sentado com o deputado federal para discutir o impeachment de Dilma.
“Nunca, nem eu e nem Geraldo, nos sentamos com ele para discutir a questão do impeachment. É bom lembrar que tanto o PSDB quanto o DEM deixaram nossa base política. Nesse episódio do impeachment, o PSB foi um dos últimos partidos a se definir. E fez isso de forma clara e transparente. E, ao contrário do deputado, não quis fazer parte do Governo Temer”, declarou Paulo Câmara.