A PEDRA OU VIDRAÇA?
Quando encontro alguém que em ninguém confia, que a todos condena e acredita que somente ele tem no DNA os valores morais capazes de certificar uma pessoa como idônea e acima de qualquer suspeita, respeito e saio de perto, sou humano demais para conviver com santo.
Todo e qualquer ser humano pode ter valores e crenças diferentes e utilizá-los em níveis não uniformes, cada um carrega consigo erros e acertos que são moldados ao longo do tempo.
Julgar-se acima dos demais é uma prática desprovida de princípios cristãos e movida, muitas vezes, pela soberba e pela prepotência. Posicionar-se abaixo dos semelhantes também deixa exposta a marca da submissão ou de humildade em excesso.
O ideal, sob meu ponto de vista, é não se considerar “pedra” ou aceitar ser “vidraça”, equilibrar-se entre um e outro é a sabedoria a ser perseguida.
A experiência adquirida com o horizonte temporal percorrido sempre funciona como aliado nesta busca, entender seus pares e neutralizar os traços de superioridade vem com o tempo, na fase inicial de vida esta percepção passa distante.
A perfeição, no caso de seres humanos, é produto raro. Somente um limitado número de pessoas ostenta este troféu. Quando tiver o privilégio de conviver com um deles extraia tudo que puder para seguir seu exemplo, sem agir como superior. Os “perfeitos” assim não se acham, são qualificados como tal pelos pares e negam seguidamente essa condição.
A “Geni” da música de Chico Buarque é uma metáfora, nunca queira ser uma ou identificar alguém como tal e nele jogar pedras.
Por: Ademar Rafael