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Crônica de Ademar Rafael

LULU PANTERA*

Lulu Pantera, esta alcunha poderia pertencer a um artista de circo ou uma dona de casa noturna, mas acompanha uma das figuras mais queridas da história recente de Afogados da Ingazeira.

Como todo sertanejo aprendeu sozinho: músico, treinador de futebol, vigilante, contador de estórias e conselheiro. Neste último posto dava conselhos a muitos jovens de minha geração, quando aventurávamos gestões “pós-linha férrea”.

As cidades do Pajeú, em muitas oportunidades, ouviram sua música. Fez parte de um elenco maravilhoso que tinha ainda Luiz de Ernesto, Mestre Biu, Seu Dino e tantos outros. Caso tivesse morado no Rio teria sido grande parceiro de Geraldo Pereira e Wilson Batista, pois, suas ideias encontravam guarida nas ideias de tais sambistas.

Treinou o Ferroviário na memorável partida contra o Guarani, num final do ano, na qual apenas o juiz viu irregularidade no gol de Arnaldo. Assistir um jogo ao lado dele era divertido, por mais fraca que fosse a partida ele encontrava algo para fazer piadas e inventar situações.

Como vigilante foi grande guardador de “causos”, bens materiais não faziam parte do seu universo, isto o torna único. Nunca o vi com raiva, quando tinha uma grande decepção balançava a cabeça e procurava algo interessante para fazer, afinal onde ele estava a tristeza tinha pouco espaço, suas estórias eram fábricas de risos.

Lulu, que seu sorriso largo se faça presente no rosto do povo do sertão nos próximos anos e que através da pureza do sertanejo se espalhe por todo Brasil.

(*) – Publicada originalmente em www.afogadosdaingazeira.com.br – Pessoas do meu sertão II.

Por:Ademar Rafael


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