ANDAR OU CORRER?
Nos últimos sessenta dias tivemos oportunidades de passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Pernambuco e Pará. Nas conversas com empresários, desempregados, funcionários públicos e meus consultores preferidos – os motoristas de táxi -, pudemos identificar um leque de variáveis sobre as quais são jogados todos os pecados que ocasionaram e fizeram a manutenção da crise.
Encontramos poucos com coragem de assumir sua participação, muitos apontaram inúmeros motivos para o fracasso dos negócios e a instalação do medo e da falta de confiança em dias melhores. Isto é, quando extraímos as variáveis econômicas e políticas que contribuíram para geração ou agravamento da crise instalada desde 2008 sobram uma centena de motivos para neles jogarmos a culpa.
Quando apontamos situações ou atitudes que enfrentaram os ambientes desfavoráveis, transformando-os em cenários amistosos sempre os interlocutores alegavam que nos casos que os atingiram a receita não funcionaria.
Para reflexão ficam três variáveis que gostaríamos de dividir com os nossos leitores e leitoras. Será que, motivados pela propaganda oficial sobre a saída do Brasil da lista de países em desenvolvimento para ingresso no seleto grupo das nações desenvolvidas, corremos quando devíamos ter caminhado? Será que, movidos pela exagerada oferta de crédito, nos endividamos acima da nossa capacidade solvência? E, será que, conectados em demasia com mundo virtual, deixamos de lercorretamente as entrelinhas do mundo real?
É possível que cada um, como os nossos interlocutores, tenha uma resposta diferente. A solução, contudo, começa pelo trabalho e por fazer mais do que estamos fazendo. Mãos à obra?
Por: Ademar Rafael