Home » Crônicas de Ademar Rafael » Crônica de Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

LOURO DO PAJEÚ

Ao citarmos o nome de Lourival Batista, a maioria das pessoas lembrará o extraordinário poeta, o rei do trocadilho, porém, “Louro” deixou outra obra tão grandiosa quanto sua poesia: sua família. Comecemos por Helena, sua fiel companheira: Trata-se de uma dama, mulher de grande fibra e dotada de senso de solidariedade comum apenas nos seres humanos iluminados.

Sem termos nada contra os filhos de Xororó, temos certeza de que se apenas dez por cento dos holofotes dispensados para Sandy e Júnior, fossem ligados na direção de Bia, Val e Zá, a música popular brasileira
teria outra vertente, tão poderosa como a de Caetano e Bethânia, esta com cheiro de recôncavo baia no, aquela com cheiro de Pajeú.

Branquinho, Hilário e Maria Helena herdaram cada um ao seu modo, os ensinamentos de “Louro” e Helena, nas memoráveis festas do dia seis de janeiro de cada ano. Aquela era a mais democrática festa de aniversário
que conhecemos. Hoje, os três recebem com a mesma naturalidade, com pratos e copos cheios e com música de primeira linha, de preferência, na interpretação dos irmãos Bia, Val e Zá, sem esquecer que os anfitriões também escrevem e cantam com maestria.

Naná foi a lucidez em pessoa e Bat, o outro filho que completa o grupo, éum ser humano de dotes raros, figura humana extraordinária, asqualidades superam qualquer rebeldia.

Obrigado “Louro”, sua dinastia perdurará eternamente, seus netos estão no mesmo caminho dos filhos. Para dar brilho e este texto, registramos aestrofe a seguir, extraída do livro Roteiro de velhos cantadores e poetas
populares do sertão, de Luís Wilson, sobre o velho que passava, portando uma bengala: “O homem na mocidade/com duas pernas se arruma,/mas depois que fica velho/com tudo se desapruma!/De duas passa pra três/E as três não valem uma.

Por: Ademar Rafael


Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários