SOMENTE O VOTO NÃO MUDA
Após cada pleito sempre ouvimos e lemos que as Câmaras de Vereadores, as Assembleias Legislativas, a Câmara Federal e o Senador tiveram uma renovação de mais de 40% dos quadros, houve alternância nos cargos majoritário de Prefeitos, Governador e Presidente.
Da mesma forma, depois de cada eleição, os índices de corrupção não reduzem. A resposta é fácil. As estruturas ficam, o ingresso de “novos” jogadores não significa a mudança de hábitos.
Vivemos nos dias atuais um sistema político onde as capitanias hereditárias saíram do espaço geográfico para o universo dos votos. Famílias dominam a cena política, parceiros do sistema de enriquecimento ilícito formam grupos e, com isto, o voto torna-se a ferramenta para validar o processo.
Em vários Estados é fácil identificar grupos familiares que ocupam cargos no Executivo e no Legislativo e indicam nomes para os cargos para outros órgãos da estrutura do poder, com isto a mudança por meio de votos é impotente para alterar a espinha dorsal da corrupção.
Temos que reconhecer que sem eleições seria pior. O voto, apesar das limitações e da falsa sensação de participação popular, é um bom antidoto. Precisamos, neste ano de eleição geral, além de votar em candidatos comprometidos com as causas sociais, com a regularidade dos atos praticados, com a ética e enfrentamento dos desvios de conduta devemos – na rua e ordeiramente -, exigir uma reforma política e administrativa capazes de combater eficazmente o “vírus da corrupção”impregnado nas entranhas do poder.
Isto é possível? Com mobilização permanente e ordeira, acredito que sim. A união e a organização das comunidades em torno de um projeto coletivo têm provado ao longo dos tempos que são variáveis cuja força
pode provocar grandes mudanças. Façamos diferente em 2018, apenas votando não estamos alcançando os objetivos.
Por: Ademar Rafael