OITO SÉCULOS DEPOIS
No próximo ano a Ordem Hospitaleira da Santíssima Trindade, fundada em 1198 pelos franceses São João da Mata e São Félix de Valois, entidade cujo principal objetivo foi resgatar os cristãos escravizados na África e no Oriente
Médio completa oitocentos e vinte anos. As duas regiões continuam tendo pessoas escravizadas, nos dias atuais os motivos são outros e alcançam não apenas cristões. Entre os milhões de refugiados do século vinte e um a África e o Oriente Médio contribuem com o maior contingente.
A ganância e o egoísmo criam barreiras intransponíveis aos olhos do mundo separatista e alimenta o cenário de guerra. O amparo da padroeira da ordem, Nossa Senhora dos Remédios, com certeza abranda o sofrimento dos
“escravos modernos”.
A constância, a sofisticação e a abrangência dos ataques terrorista na Europa tem servido de munição para os discursos dos nacionalistas. Tal grupo tenta ligar os atos do terror com a situação dos refugiados e colocados os
governantes contra a opinião pública. Esta vinculação pura e simples é uma grande injustiça com o contingente dos sem pátria.
O crescimento dos movimentos sociais ligados aos partidos de extrema direita nas últimas eleições da França, da Holanda e da Alemanha sinalizam que as hostilidades podem aumentar. O ambiente de confronto em nada contribuirá para redução da violência, pode funcionar como pólvora perto de labaredas.
A fome e a intolerância têm adubado um campo fértil para ações desumanas e a crescente legião de expatriados cresce em escala geométrica, enquanto o socorro às vítimas caminha em passos de tartaruga.
Para abrandar o sofrimento dos refugiados é necessário muito mais que boa vontade de alguns governantes, julgamos imprescindível a aplicação do sistema TAM – Tolerância, ação e misericórdia. Tolerância para vivermos em comunhão com outros povos; ação para sairmos dos discursos politicamente corretos para acolhimento e formações de infraestrutura nos países de origem dos “excluídos” e misericórdia para ampararmos todos como irmãos em Cristo.
Por: Ademar Rafael