Por: Renata Bezerra de Melo/Folha Política
Titular de Minas e Energia, o ministro Fernando Filho recebeu um telefonema, ontem, da deputada Tereza Cristina, que foi destituída da liderança do PSB na semana passada. Ela discou para o colega enquanto se encontrava reunida com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, na ocasião em que entregava seu pedido de desfiliação. Ao desligar, comunicou ao dirigente nacional que Fernando Filho também entregaria um pedido. Até as 20h, o partido ficou no aguardo, mas o ministro só conseguiu resolver e assinar o documento perto das 19h. Pelo adiantar da hora, acabou deixando para hoje.
Além de Tereza, a reunião com Siqueira incluiu: Fábio Garcia e Adilton Sachetti. Danilo Forte não compareceu, mas também se desfiliou. Na votação da primeira denúncia contra o Michel Temer, o grupo dos dissidentes socialistas depositou 11 votos a favor do presidente. Com a saída de cinco deputados do partido, resta filiada ainda uma parte da ala mais alinhada ao Planalto, que tende a votar da mesma forma hoje. Com os pedidos de desfiliação entregues, a reunião da sexta-feira, que visava a deliberar sobre a expulsão desses deputados que pediram perde o objeto. O partido, por sua vez, entregou documento aos parlamentares no qual atesta “incompatibilidade ideológica e programática”. Não pedirá os mandatos, mas não tem como impedir que algum suplente peça. A desfiliação é solução considerada ideal por Siqueira. O dirigente tem dito o seguinte: “Ajustes como esse são necessários em partidos que não querem se descaracterizar”. E lembra que, na história do PSB, houve momentos assim, a exemplo dos que envolveram Ciro Gomes e Anthony Garotinho. Ambos saíram via acordo.