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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

INVERDADES REPETIDAS

Poucas vezes li uma frase tão curta e tão verdadeira como o que encontrei no livro “A democracia impedida – O Brasil no século XXI”, de Wanderley Guilherme dos Santos. Escreveu o pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, citando Mark Blyth: “Austeridade não é apenas o preço para salvar os bancos. É o preço que os bancos querem que os outros paguem. ”

Este preambulo serve para demonstrar a real destinação dos recursos que nosso governo federal tenta economizar às custas dos contribuintes e em prejuízo de investimento estruturantes em nosso país. As inverdades repetidas sobre ações e reformas com o foco na redução do rombo orçamentário e para criar um superávit agridem aos que detém um pouco de conhecimento sobre o assunto.

A venda de ativos, especialmente residências funcionais, durante o governo Collor para reduzir custos foi uma inverdade semeada. As privatizações durante os governos do “príncipe” FHC que sanariam os ralos do orçamento, outra inverdade. As privatizações e concessões dos governos petistas para reduzir as despesas, novas inverdades. As reformas da previdência promovidas por FHC e Lula, em nome da redução do déficit, mais inverdades. O “engessamento” das despesas por vinte anos, a reforma trabalhista, a venda de ativos, as concessões de estruturas da união e a reforma da previdência para sanar desvios orçamentário do governo Temer, inverdades em série.

Qual motivo que nos leva a chamar as ações governamentais acima de inverdades? A resposta é simples. Todas elas são paliativas a solução passa por uma ampla reforma administrativa, uma séria reforma tributária, corte rasante no custo das obras e do custeio nos três poderes.

Somente um governo com instinto nacionalista, sem vínculo com as entidades que representam os “vampiros” dos recursos, sem dependências do sistema financeiro dará conta da missão. Esperar isto no modelo atual é uma utopia maior que a soma das inverdades.Mudanças já.

Por: Ademar Rafael


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