CLUBES DE OUTRORA
Nos anos setenta e oitenta os bailes, as festas de formatura, os casamentos e os aniversários – especialmente de quinze anos -, nas cidades e Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Sertânia e Tabira, aconteciam nos clubes ACAI – Aero Clube de Afogados da Ingazeira, Clube Hotel, AEC – América Esporte Clube e Grêmio Social Tabirense, respectivamente.
Recentemente passei em frente a cada um desses espaços culturais e a foto revelada é a seguinte: O ACAI foi destruído, em seu lugar existe uma rodovia; o Clube Hotel continua servido a comunidade; o América está sendo recuperado para voltar aos tempos de glória e Grêmio está abandonado.
Ações trabalhistas incidindo sobre o patrimônio dos clubes, inadequação quanto a segurança impossibilitando a utilização e a falta de pessoas diligentes para ocupar as diretorias apresentam-se como forças determinantes para encerramento de atividades de várias agremiações.
Sabemos que as festas de rua, com palcos desmontáveis e outras opções de lazer esvaziaram os espaços tradicionais e casas de show estilizadas tornaram os clubes convencionais em espaços obsoletos.
Fica, entretanto, uma pergunta sem resposta definitiva. Por que o Clube Hotel de São José do Egito resistiu a todos os percalços? Com certeza muitas teorias podem ser apresentadas, motivos diversos podem ser alegados e justificativas múltiplas podem aparecer. Ficará sempre uma lacuna a ser preenchida, a indagação nunca será plenamente respondida.
Considerando que referidos clubes ocupam áreas com alto valor de mercado e de fácil acesso a transformação em ambientes de múltiplo uso via locação ou alienação seria ótima alternativa para geração de receitas suficientes para aquisição de nova sede destinada ao atendimentos dos seus nobres objetivos. Sem a perspectiva de formação de juízo de valor descasado da realidade ou avaliação indevida, fica a dúvida se referidos espaços não poderiam ter sido preservados.
Por: Ademar Rafael