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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

COMO FICA A PROCURADORIA?

A ensaísta filosófica Marcia Tiburi, no subtítulo “Ridículo Judicial”, do livro “Ridículo Político”, escreveu: “A mídia ajuda a transformar juízes em heróis, mas sob a condução de que não julguem contra a opinião pública e de que mocinhos e bandidos continuem em seus papeis preestabelecidos”. Estendendo esta ponderação aos membros da Procuradoria Geral da República vamos encontrar alguns com este perfil.

A sobriedade deve ser companheira inseparável dos funcionários públicos operadores do direito, suas manifestações devem ficar restritas aos autos. Desde que José Júlio Albuquerque de Barros tomou posse como primeiro Procurador Geral da República em 03.03.1891 a Raquel Elias Ferreira Dodge empossada em 18.09.2017 alguns dos quarenta e um ocupantes da pasta fugiram do perfil discreto.

Desde o mandato de Antônio Fernando Barros e Silva de Sousa de 30.06.2005 a 28.06.2009, com as audiências sobre o “mensalão” – Ação Penal 470 transmitidas ao vivo pela TV Justiça, a figura do Procurador Geral da República passou a ter destaque no cenário televisivo e na imprensa escrita. Roberto Monteiro Gurgel Santos, titular da pasta de 22.07.2009 a 15.08.2013, da mesma forma que seu antecessor, passou com certa discrição pelo cargo.

Rodrigo Janot Monteiro de Barros, Procurador Geral de 17.09.2013 até a posse da Raquel Dodge, foi “midiático”, foi contundente e, para muitos, exibicionista ao extremo. Durante seu mandato houve um turbilhão de processos liderados pela “Lava Jato”, pelo Impedimento da Presidente Dilma e pelo julgamento na Justiça Eleitoral da Chapa DILMA X TEMER.

Esta crônica não pretende avaliar se o posicionamento dos procuradores foi “politicamente correto” ou se sua atuação extrapola os níveis aceitáveis de discrição que o cargo exige e sim especular se o mandato da nova procuradora terá o mesmo formato do seu antecessor ou seguirá um perfil sóbrio e sem a busca incessante dos holofotes. O tempo e a intensidade dos escândalos dirão. Esperamos muitos atos e fatos e poucas fotos.

Por: Ademar Rafael


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