A SUPERAÇÃO DO PRÍNCIPE
Na cidade de Florença, Itália, existe um monumento do século XVIII, obra de Innocenzo Spinazzi, que carece de atenção redobrada em virtude de risco de ruptura.
O que motiva fenômeno? É que Niccolò Machiavelli, morador no local, pode sofrer convulsão ao descobrir que sua teoria “o fim justifica os meios” está sendo utilizada por políticos e juristas no Brasil de forma muito acima da sua imaginação.
Exatamente isto, os ensinamentos de Maquiavel no “O príncipe” foi elevado a um patamar que supera tudo que ocorreu nos quatrocentos e noventa anos que nos separa da morte do político da Toscana.
Onde podemos perceber a extrapolação da tese?
Nas justificativas dos sábios Ministros do Tribunal Superior Eleitoral – TSE ao pouparem a Chapa Dilma x Temer da cassação.
Nas ponderações dos Advogado de Temer e dos Deputados de base durante as votações do parecer de Zveiter na Comissão de Constituição e Justiça – CCJ da Câmara.
Na troca dos membros da CCJ, e nas compensações via emendas parlamentares e cargos na esplanada para os deputados aliados com o Palácio do Planalto.
No pronunciamento de Lula após a sentença do Juiz Federal de primeira instancia Sérgio Moro.
No teor das delações que proliferem no Rio de Janeiro, em Brasília e Curitiba.
No discurso de Aécio na volta ao Senado, após despacho de Ministro do Supremo.
Na carreira que vai o livro “O príncipe” será o piso para nossos governantes e juristas. O teto? Dependerá do “fim” a ser perseguido.
Por: Ademar Rafael