Promover condições de competitividade, favorecer a transformação, a pesquisa e a inclusão social através da ciência, tecnologia e inovação. Foi com esse objetivo que o governador Paulo Câmara apresentou, na manhã desta terça-feira (11.07), a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco 2017-2022. O programa, que é fruto de parcerias entre instituições públicas, privadas, universidades e entidades sociais, tem como objetivo orientar o planejamento e as ações de desenvolvimento baseado nas áreas tema. Durante a solenidade, realizada no Palácio do campo das Princesas, Paulo assinou o decreto que oficializa a Rede Pernambucana de Pesquisa e Educação (REPEPE), uma das vertentes da Estratégia, e convênios que vão permitir o funcionamento do projeto.
“Apresentamos um importante plano de estratégia para a Ciência, Tecnologia e Inovação dos próximos cinco anos. Um trabalho feito em parceria com diversos setores que estão engajados na promoção da conectividade e da inclusão. Queremos ter condições de chegar a todas as regiões do Estado com mais rapidez. E toda essa estratégia vai ajudar nisso. Vamos dar um salto de qualidade enorme em termos de conectividade em todo o Estado, principalmente, no Sertão e no Agreste, que precisam desses avanços e vão poder contar com esse suporte para avançar, seja na área da educação, de pesquisa ou nos setores produtivos”, destacou Paulo Câmara.
Inspirada e globalmente conectada, a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para Pernambuco 2017-2022 foi elaborada também com a participação dos atores que se destacam na área, para orientar o planejamento e as ações de desenvolvimento baseado em ciência, tecnologia e inovação. Estão entre os colaboradores do projeto o Porto Digital, Parqtel, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Católica, FCA, Fitex e o Senai.
O macro-objetivo da Estratégia é promover condições para elevar a qualidade de vida e garantir a prosperidade da sociedade a partir de seis eixos estratégicos que orientam a seleção, a implementação e o monitoramento das mais de 50 linhas de ação. São eles: Governança e responsabilidade, Desenvolvimento de talentos e criatividade, Pervasiva expansão da economia e sociedade digitais, Aceleração da inovação nas atividades econômicas, Cooperação e transferência de conhecimentos, Ambiente favorável à inovação.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lúcia Melo, reforçou a importância das parcerias feitas para o funcionamento do programa. “Na verdade, esse é um conjunto de orientações que nós temos que construir juntos e aportar recursos de uma forma conjunta, porque não há condições efetivas do Governo atuar de forma isolada. É preciso criar e desenvolver parcerias para que Pernambuco tenha a oportunidade de crescer e de mostrar que tem capacidade científico-tecnológica para dar respostas ao investimentos. Nós precisamos ser protagonista ativos desse futuro que as transformações tecnológicas nos impõe”, disse.
REPEPE – A Rede Pernambucana de Pesquisa e Educação será a primeira no Estado a ser associada à nova configuração da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A REPEPE interligará – a partir de internet de alta velocidade (1 a 10 Gigabytes) – 20 municípios do Estado, podendo alcançar cerca de 400 entidades até 2018. A rede terá como diferencial um modelo de negócio inovador, baseado em parcerias público-privadas voluntárias, propiciando, inclusive, a redução de custos e o compartilhamento dos benefícios propiciados.
Para garantir o funcionamento do projeto, foi assinado um convênio de cooperação técnica e integração de infraestrutura entre a Celpe, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e a Secti, para a utilização pela RNP das infraestruturas da Celpe, na área de concessão, mediante a utilização de postes, em áreas rurais com rede de distribuição/transmissão de energia elétrica. A partir desta parceria entre as instituições, o programa terá capacidade para alcançar 1.175 quilômetros, percorrendo 10 das 12 regiões de desenvolvimento do Estado de Pernambuco.
Para atender a REPEPE, o governador também assinou a liberação de R$ 10 milhões, que serão aportados pela Secti até o fim deste ano – dentro do Programa de Produção e Difusão de Inovações para a Competitividade de Arranjos Produtivos Locais do Estado de Pernambuco (PROAPL) financiado pelo BID -, para a aquisição de equipamentos de transmissão de dados.
Inicialmente, a REPEPE viabilizará a interligação de entidades de educação e pesquisa, como os Centros Tecnológicos do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), além de escolas. A partir de parcerias com outros órgãos estaduais, municipais e demais entidades. Outros potenciais públicos-alvo são centros de inovação, a exemplo do Armazém da Criatividade, em Caruaru, escolas técnicas, a TV Pernambuco, hospitais de ensino, autarquias municipais, além de bibliotecas e arquivos públicos.
“Eu acho que essa união vai fazer a transformação daquilo que a Estratégia fundamentaliza. Um projeto que é fundamental para estruturar a educação, não só de Pernambuco, mas do País como um todo. E agora, nós temos essa maravilhosa oportunidade de, em conjunto, construir uma infraestrutura de uma espinha dorsal da educação e pesquisa, que passa por diversas localidades, integrando milhões de alunos, professores e pesquisadores e que vão permitir um desenvolvimento mais igualitário para essas regiões”, ressaltou o diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP, Nelson Simões.
FINANCIAMENTO DE PESQUISAS – Também foi assinado durante o evento uma outorga para apoio financeiro, no valor de R$ 20 milhões, entre a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), vinculada à Secti, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os recursos serão destinados a oito projetos de pesquisa em Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) sediados no Estado com temáticas diversificadas, como inovação farmacêutica, nanotecnologia, engenharia de software, entre outras. Os INCTs fazem parte de uma rede de excelência nacional de pesquisadores que possibilitam, de forma articulada, a reunião dos melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país.