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BELCHIOR NÃO TINHA PROBLEMAS NEM TOMAVA MEDICAMENTOS, DIZ MULHER À POLÍCIA

Por RBS TV

Belchior morava há quatro anos em Santa Cruz do Sul, distante cerca de 150 km de Porto Alegre. Há um ano e meio, ele e a mulher viviam em uma casa cedida por um amigo. Foi neste local que o cantor e compositor cearense amanheceu morto neste domingo (30).

De acordo com relato da mulher de Belchior, Edna Araújo, à delegada Raquel Schneider, o marido não tinha nenhum problema de saúde. Antes de dormir, na noite de sábado (29), ela disse que ele sentiu um pouco de frio.

“Em princípio ele estava deitado num sofá, onde ele costumava ficar, que era o ambiente onde ele compunha as músicas, ambiente para ele tranquilo. Ele sentiu um pouco de frio, a esposa dele tapou [cobriu] ele, aí ela foi se deitar. Ela percebeu que, de madrugada, ele acordou, estava demorando a vir e ela chamou. Aí pensou que ele dormiu, porque ele dormia naquele local às vezes. Quase pela manhã, ela acordou e notou que ele não veio e foi ver o que aconteceu. Aí que ela viu que ele estava desacordado e pediu ajuda”, diz a delegada, conforme depoimento.

Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi até a casa e constatou a morte. Um exame preliminar apontou o rompimento da artéria aorta, segundo a delegada.

A casa não tinha sinais de violência, e a polícia acredita que a morte teve causa natural. “Nós conversamos com a esposa, ela nos disse que ele não havia apresentado nenhum problema, que ele não fazia uso de nenhuma medicação. Inclusive ela nos disse que eles não têm medicamentos em casa, nunca tiveram. Ele estava bem”, complementa a delegada.Um dos amigos de Belchior também relata que ele estava bem, apesar de magro. A última vez que Dogival Duarte conversou com o cantor faz mais ou menos um mês, segundo ele.

“Estava bem, bastante magro (…) Estava super animado, faceiro, conversamos sobre literatura, arte…”, conta. “A irmã dele me disse que a família tinha problema cardíaco, mas a gente não sabe”, completa.

Nesses quatro anos em que estava em Santa Cruz do Sul, Belchior teve endereços diferentes. “Em várias casas de amigos. Eu ia pedindo para a gente ir revezando. Eu ia fazendo contato para a gente acolher ele”, comenta o amigo.

Levado para o Ceará
O corpo do cantor foi levado de Santa Cruz do Sul para exame de necropsia em Cachoeira do Sul. Depois, foi encaminhado para Venâncio Aires para ser embalsamado. Por último, seria levado para Porto Alegre, onde embarcaria em um avião por volta de 1h da madrugada para o Ceará. O enterro será na terça-feira (2).

Segundo o colunista do G1 Mauro Ferreira, o cantor não tinha paradeiro certo desde 2008. Em 2007, a família reclamou do sumiço do artista, que abandonou a carreira; e nem mesmo seu produtor musical conseguia contato. A partir daí, foram surgindo boatos a respeito do paradeiro do cantor.

Segundo reportagem do Fantástico, Belchior abandonou ao menos dois carros, sem explicação. Um deles, deixado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, acumulando milhares de reais em dívidas de estacionamento. Outro veículo, uma Mercedes Benz do cantor, foi largado em um estacionamento também em São Paulo, onde ele morava antes de ir para o Uruguai.

Belchior chegou a ser procurado pela polícia em 2012 devido a uma dívida, à época, de US$ 15 mil em um hotel na cidade de Artigas, no Uruguai, por seis meses de diárias. No fim daquele ano, em meio à polêmica, foi visto em Porto Alegre, mas não quis gravar entrevista.


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