As famosas baronesas, facilmente encontradas nas margens do Rio São Francisco, em Petrolina, estão com os dias contados. É que a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), deu início hoje (17) à primeira fase do projeto que vai resultar na retirada das plantas aquáticas de um dos cartões-postais da cidade. Com ajuda de um barco, nesta primeira etapa, será realizado o zoneamento das áreas com infestação de baronesas, além do georreferenciamento de uma área com 4km de extensão, entre o Iate Clube e o Porto de Petrolina. Dentro desse perímetro será realizada a coleta da vegetação e da água que serão analisadas nos laboratórios do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF-Sertão), parceiro da iniciativa.
Esta primeira etapa é importante, pois servirá de base para o trabalho de retirada das baronesas, que deve começar no início de fevereiro. Vale destacar, que todo esse estudo está sendo feito para que se possa fazer a retirada das baronesas com o menor impacto ambiental possível. Para isso, estão projetando a contenção física e o controle biológico das plantas para que elas não voltem a se proliferar nas margens do Rio São Francisco.
ELIMINAÇÃO DE ESGOTO
Além desse estudo ambiental, outra ação importante para a retirada das baronesas é a eliminação do esgoto que é despejado no Rio São Francisco. Já se sabe que esse problema é causado por ligações clandestinas na rede pluvial e por isso, o diretor-presidente interino da AMMA, Manoel Rafael de Oliveira Neto, explica que um trabalho de fiscalização paralelo a uma parceria com a Compesa também será realizado para acabar com os pontos de despejo de esgoto no Velho Chico. “Não adianta retirar as baronesas sem acabar com o esgoto que vai parar no rio e vice-versa. Somente com esse trabalho conjunto é que vamos, finalmente, atender uma demanda antiga da população e ainda fazer com que o nosso São Francisco possa ser tratado como merece e continue contribuindo com o desenvolvimento de Petrolina e toda a nossa região”, destaca Manoel.
BARONESAS
As baronesas são plantas aquáticas que ocorrem principalmente onde há sinais de poluição. Elas funcionam como uma espécie de filtro, se alimentando dos dejetos. Ainda, são bioindicadoras de ambiente eutrofizado, ou seja, onde são registradas altas concentrações de matéria orgânica e nutrientes como nitratos e fósforo, o que reduz a oxigenação da água e tem impacto direto na fauna e na flora da mata ciliar.