A importância do luto: sofrer é preciso!
Nos momentos de perda, é comum perguntarmos o que fazer para passar a dor do luto? Até quando ela vai permanecer dentro da gente? Mas será que é saudável sufocar essa dor ou fazer com que ela não exista mais em pouco tempo? Assim como todas as fases de nossa vida, o luto também precisa ser vivido. Tentar segurar ou guardar o sofrimento pode levar uma doença física ou emocional.
O enlutado tem a necessidade de falar da sua perda, existe um grande medo daquela pessoa ser esquecida e cabe a ele lembrá-la sempre. Porém, é preciso reconhecer a perda, aceitá-la, para assim dar-se o início de um processo o qual transformará a dor em outro sentimento que é a saudade. Mas quando o luto termina? Não necessariamente é o fim do luto, hoje se fala em final de um processo de elaboração da perda. O tempo varia de pessoa pra pessoa, alguns sentem a necessidade de falar mais da pessoa que morreu e cabe aos próximos a compreensão. Embora seja um período muito difícil, pois no luto encontra-se muito sentimento de culpa, o momento em que o enlutado começa a fazer planos sozinho e decide ser feliz de forma autônoma, é o primeiro passo para a concretização de tal elaboração.
A decisão de ser feliz, não significa trair quem já se foi. Mas isso leva um tempo específico para cada um. Muitos não conseguem lidar sozinhos com esse período, neste caso a terapia entra como um aliado para enfrentar a dor, buscando novas reflexões, elaborando respostas para os questionamentos internos e direcionando o paciente para uma reorganização nos seus sentimentos e emoções.
Thaís Alves é Psicóloga Clínica (CRP: 02/17550), integrante da equipe do Centro de Diagnóstico Iracy Pires, em Afogados da Ingazeira; é mestranda em Saúde Pública e todas as terças assina a coluna PSICOLOGIA INFORMA.