Em um País onde a taxa de feminicídio é a quinta maior do mundo, sensibilizar a sociedade como um todo se mostra medida crucial para enfrentamento do problema. Essa é a finalidade da campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, que ocorre desde o dia 20 de dezembro. Em Pernambuco, haverá grande expediente especial promovido pela Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), nesta quinta-feira (24), para provocar a discussão a nível local.
O evento, que ocorrerá no plenário do Palácio Joaquim Nabuco, às 10h30, será intermediado pelo Instituto Papai, entidade de utilidade pública referência na promoção da igualdade entre os gêneros. A instituição desenvolve a Campanha do Laço Branco, com ações voltadas para o engajamento masculino no movimento contra a violência de natureza sexista.
Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Simone Santana, propositora da sessão, a alta incidência da violência doméstica no Brasil se deve à cultura machista ainda vigente no País. De acordo com a parlamentar, a inserção efetiva das mulheres nos espaços públicos de poder é indispensável para a reversão desse quadro de opressão.
“Tenho a convicção de que, para enfrentar a violência contra a mulher e outras questões relativas às assimetrias de gênero, é necessário colocar mais mulheres no poder, sobretudo nos poderes do Estado”, afirma a deputada. “Assim, acredito que haverá uma maior gama de leis, mais agilidade nas ações judiciais e mais políticas públicas de promoção e defesa dos direitos das mulheres”, justifica.
De acordo com o Mapa da Violência, divulgado em 2015, do total de feminicídios registrados em 2013, 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.