Passado o período das eleições municipais, a Assembleia Legislativa volta-se agora para outro pleito: a eleição da mesa diretora. Presidente há dez anos, ou seja, cinco mandatos da Mesa, Guilherme Uchoa (PDT) deverá lançar seu nome pela sexta vez. Mas há outro parlamentar disposto a encarar a disputa – Romário Dias (PSB), que já foi presidente da Casa no governo de Jarbas Vasconcelos (PMDB). Os deputados que compõem a mesa reúnem-se dia 16 para debater a data da eleição. A proposta que será apresentada é que o pleito seja conhecido ainda em dezembro deste ano, nas últimas sessões, por volta do dia 20.
Romário Dias admite abrir mão da candidatura à presidência se houver um entendimento com Uchoa. Caso isso ocorra, a disputa do socialista que hoje está na 2ª secretaria, será pela 1ª secretaria, posto que cuida das finanças do Legislativo estadual. “Não tenho nenhum problema. Quero ouvir o sentimento de Uchoa e o que ele pretende fazer. Na hierarquia, o presidente é Guilherme. Quero conversar com ele”, disse Romário.
O socialista afirmou, ainda, que não pretende “atropelar” o processo de eleição da Alepe e que irá trabalhar “pela unidade da Casa”. “A Alepe não pode ficar dividida. Apoiei Uchoa há dois anos e faço parte da Mesa. Só pretendo ter mais um mandato e gostaria de ocupar novamente essa posição (de presidente). Mas nada farei para criar conflito para a Mesa Diretora”, acrescentou o parlamentar.
A dobradinha Uchoa-Romário ganha força quando se especula que o pedetista não deverá disputar a reeleição de deputado estadual em 2018, transferindo o espólio político para um de seus filhos. Neste caso, Ucho encerraria sua participação na Assembleia “por cima”. Então, já se estaria articulando o retorno de Romário Dias para a presidência da Alepe em 2019. Sobre essa articulação futura, Romário Dias afirma que nada foi conversado com Uchoa, mas que pretende buscar o presidente da Casa antes da reunião do dia 16.
É válido lembrar que a última troca de presidentes ocorreu entre os dois, há dez anos. Procurado, o deputado Guilherme Uchoa não atendeu à reportagem do JC.
Caso Romário decida disputar a 1ª secretaria, pode-se criar uma celeuma com o atual 1º secretário, Diogo Morais (PSB). Diogo afirmou que pretende disputar a eleição e que tem o apoio do PSB e do governador Paulo Câmara. “Não vejo nenhum cenário para Romário. Não vejo nenhuma articulação. Isso é mais uma questão que não é de fato dita por ninguém na Casa. Se tem alguma coisa entre os dois, não sei se existe”, declarou.<EM>
OPOSIÇÃO
A bancada de oposição se reúne amanhã para discutir a eleição. A tendência é que não seja lançado um candidato e garantir a manutenção dos cargos existentes na mesa, atualmente a vice-presidência, com Augusto César (PTB), e a segunda vice-presidência, ocupada por Romário Dias (PSB). A questão é que, na prática, a oposição perdeu o espaço de Romário, já que ele migrou do PTB para o PSD. Na eleição passada, em fevereiro de 2014, a tática foi a mesma. Edilson Silva (PSOL) lançou seu nome, mas só teve o próprio voto. Rodrigo Novaes (PSD) também disputou e conquistou cinco votos.