Em 2045 não estarei mais por aqui. Mas as livrarias estarão repletas de títulos sobre a crise que quebrou o Brasil no início deste século.
Escrita à luz do necessário equilíbrio e isenção, sem os quais não se faz história, a literatura haverá de oferecer aos seus leitores uma visão “holística” desse processo em que nos encontramos em 2016.
Dirá, quem sabe, que o remédio inoculado no combate à corrupção endêmica do País foi tão forte, que destruiu também o seu organismo econômico.
O desordenamento da república, os equívocos ideológicos, o descompromisso com as finanças públicas, a suspensão de atividades produtivas, a indigência intelectual do Congresso e a alienação de grande parte da população, são indicadores consistentes dessa história.
O país não foi capaz de estabelecer a ética através da negociação e do consenso. As consequências foram devastadoras. Milhões de brasileiros perderam seus postos de trabalho. A nação imergiu na incerteza. Sem norte e sem líderes. Prevaleceu o sentimento coletivo de orfandade cívica. Um pesadelo.
E quando não havia mais sangue a jorrar, e muito menos um cadáver de Getúlio pra virar o jogo, beberam coca cola com gelo e limão e se deram ao luxo de perder a metade do século 21.
Por: Angelo Castelo Branco/Blog do Magno