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OPINIÃO DO PERNINHA

perninha-1Saúde em primeiro lugar

Pegando o gancho em um editorial recente, a matéria de hoje está mais para informativa do que para tecer elogios e diz respeito à saúde, uma das áreas mais carentes que existe em nosso sofrido País.

No mês de setembro último, o Real Hospital Português de Beneficência, completou 161 anos de vida e de muita história, sobretudo dos avanços da medicina e do atendimento hospitalar em nosso estado. Uma das mais modernas instituições voltadas para a saúde no Brasil, entrou na vida dos pernambucanos num tempo em que a capital tinha pouco mais de 50 mil habitantes, quando profissional que se prezava tinha que trazer currículo da escola médica de Coimbra, em Portugal, e a população era estimulada por anúncios de medicações que prometiam mais efeitos e curavam mais males do que as sessões dos pastores de TV nos dias de hoje. Em 1855 eram muito conhecidas, por exemplo, as Pílulas Holloway, dadas como tiro certeiro contra acidentes epilépticos, asma, cólicas, convulsões, debilidade, desinteria, dores de garganta, barriga e rins, enxaqueca e por aí vai. Instalar um hospital num tempo de tanto imaginário tinha que ser uma tarefa sintonizada com a seriedade da Sociedade de Medicina de Pernambuco, que havia nascido 14 anos antes.

Mais do que refletir a exigência de um tempo de epidemias, como o cólera, o Português ajudaria a escrever a história médica de Pernambuco e bem cedo ocupou a paisagem física do Recife, como pode ser visto nas gravuras do alemão Franz Heinnrich Cals. Entre as paisagens pernambucanas gravadas por esse artista no século 19, lá está o Hospital Português, com figuras típicas da época, de cartola e bengala. Um cenário romântico para uma instituição às voltas com moléstias endêmicas e epidêmicas com predominância de tuberculose, varíola, malária, febre tifoide, febre amarela e sarampo. Imaginar o percurso dessa instituição é exercício acadêmico de fôlego porque ela está associada a quase 40 vezes o crescimento da população e o que isso representou de transformação no correr do tempo, com o desafio da atualidade científica em um espaço geográfico propício às doenças e com o compromisso  humanista trazido no nome – Beneficência – e na prática.

Em suma, não há qualquer exagero quando distinguimos o Hospital Português como “uma cidade a serviço da saúde”. Ali está o maior complexo hospitalar do Norte e Nordeste, na área central do Recife, fazendo-se referência em todas as áreas da medicina, ganhando até uma conotação de grife hospitalar. Dizer-se “Está no Português” é um diferencial que impressiona e isso se deve aos avanços que incluem, por exemplo, um prédio inteiro dedicado à saúde do coração, com seis equipes de cirurgia cardíaca e o único da rede privada a realizar essas cirurgias pelo SUS- Sistema Único de Saúde.

Por essas e outras, embora tardiamente, nunca é de mais desejar os nossos parabéns ao Real Hospital Português, bem como, a todos os pernambucanos que contam com um atendimento médico sério e de alto nível conforme exposto em nossas considerações.

Danizete Siqueira de Lima – outubro de 2016.


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