Para evitar procrastinação no processo de afastamento de Dilma o senador paraibano Cássio Cunha Lima deixou de lado até a sua saúde. Vencida a batalha o combativo parlamentar entrou com um pedido de licença para tratamento de pólipos intestinais e entre um exame e outros pedir votos para aliados.
A liderança do PSDB passou para o senador Paulo Bauer de Santa Catarina e para ocupar sua vaga na bancada paraibana assumiu o sertanejo José Gonzaga Sobrinho, o “Deca do Atacadão”.
Em sua posse o proprietário do Grupo Atacadão Rio do Peixe, com sede em Cajazeiras, Paraíba fez um pronunciamento do estilo “fui pobre e hoje estou rico”, destacando: “Eu sou o improvável que deu certo, não por milagre, mas por labor. O trabalho é o que o Brasil necessita neste instante. Temos uma economia abatida e carente. O Brasil não conseguirá dar um passo adiante sem desenvolver o seu setor produtivo”.
Ao esmiunçar o texto acima destacado vejo com certo orgulho que o empossado bebe na mesma fonte que este cronista no tocante a percepção que o trabalho é o caminho percorrer se, de fato, queremos tirar o Brasil do atoleiro. Importante também a valorização do setor produtivo nacional, desenvolvendo-o em formato diferente do que foi feito recentemente via renuncia fiscal. Este desenvolvimento terá como base a criação de ambiente competitivo através de investimentos nas pessoas e nos processos.
Seria importante que os pares do Senador “Deca” levassem cópia do pronunciamento para o Ministro das Relações Exteriores. Talvez com ajuda do Padre Rolim o filho do sertão paraibano possa ajudar o Ministro Serra a entender de que a abertura comercial proposta, com atração de parceiros “ricos” sem cuidados com nosso parque industrial, pode ser politicamente correto, mas, agravará o sucateamento em curso.
Em entrevistas na imprensa paraibana “Deca” tem manifestado grande preocupação quanto e demora que projetos indispensáveis para solução de problemas nacionais enfrentam na Câmara Alta. A resposta para esse fenômeno talvez o empresário não obtenha durante o prazo que ocupará o cargo.
Por ironia do destino o ambiente que o Senador escolheu para falar em trabalho, sob meu ponto de vista, é inadequado. Em meus 59 anos e 8 meses poucas vezes vi um senador brasileiro gostar de trabalhar.
Quem sabe se a disposição que vimos durante o processo de afastamento de Dilma, com a injeção de ânimo aplicada pelo empresário não possa gerar o “milagre” que o Brasil espera.
A bancada atual da Paraíba, formada por “Deca”, José Maranhão e Raimundo Lira tem cara do interior, espero que lutem pela transposição.
Por: Ademar Rafael