Contar ou não contar que meu filho é adotivo?
Para a família que adota uma criança, a maior angústia é contar, ou não, que ele(a) é adotivo(a). Há famílias e famílias, umas escondem a verdade por longo tempo, mas acabam revelando no momento que acham oportuno; outras, nunca contam a verdade, porém o(a) adotado(a) acaba descobrindo de alguma maneira; algumas famílias são pressionadas a não contarem, embora sintam o desejo de revelar tudo… Em todos os casos, a decisão se torna muito delicada e aflitiva, isso porque envolve toda uma historia de vida familiar.
Muitas vezes, o medo que os pais sentem de a verdade ser revelada a qualquer momento os faz procurar o psicólogo para “dizer” ao adotado(a) que ele(a) não é filho(a) “de sangue” e sim “de coração”. Acontece também de o próprio filho procurar o profissional, pois sente insegurança em relação ao vínculo afetivo ser prejudicado no decorrer do tempo. O importante é, antes mesmo da adoção, o assunto já ser conversado entre os pais. A decisão dos pais deve ser respeitada por todos os outros membros familiares, avós, tios, primos… A partir daí, é necessário que se desenhe a história verdadeira em que a criança vai estar inserida.
Os pais têm que estar preparados psicologicamente para isso, porém precisam entender que contar ou não, não significa que o amor que foi criado acabará um dia. Em todas essas situações, o psicólogo estará trabalhando para fortalecer o vínculo familiar de todos os membros, fazendo com que aquela verdade seja sentida e vivida do modo mais harmonioso e saudável possível.
Thaís Alves é Psicóloga Clínica (CRP: 02/17550), integrante da equipe do Centro de Diagnóstico Iracy Pires, em Afogados da Ingazeira; é mestranda em Saúde Pública e todas as terças assina a coluna PSICOLOGIA INFORMA.