Acredito que o Lula tem muita vaidade de diversas realizações durante o tempo que exerceu o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil. Mas, no íntimo ele destacaria três delas: A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014, escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada 2016 e a escolha de Dilma para substituí-lo no cargo de Presidente.
Em todas elas expôs ao limite a sua capacidade de convencimento, sua popularidade e seu inegável carisma. Foram vitórias pessoais de Lula, ele dedicou-se em cada uma das causas com invejável contundência.
Quando em 30.10.2007 a Federação Internacional de Futebol – FIFA formalizou que a Copa de 2014 seria no Brasil Lula jamais sonharia que o evento seria realizado sob efeito dos protestos iniciados em 2013, debaixo de várias denúncias envolvendo as construtoras que executaram as obras e, principalmente, da sonora goleada que o selecionado brasileiro sofreria no Mineirão. Perder de 7 a 1 para Alemanha serviu para jogarmos os 2 a 1 para Uruguaia na lata do lixo.
Em 02.10.2009 o Comitê Olímpico Internacional – COI, anunciou em Copenhague – Dinamarca anunciou que a cidade do Rio de Janeiro vencera Madri por uma diferença de 34 votos, 66 x 32. O Presidente Lula ao vibrar e comemorar com seus convidados, nunca imaginaria que durante os jogos seria “persona non grata” e que seu nome não seria citado por qualquer autoridade em pronunciamentos na abertura ou no encerramento das competições. Esportivamente o Brasil ficou abaixo da meta do top 10, ou seja, entre os dez primeiros colocados. Sobrou a décima terceira colocação, com número de medalhas recordes: Dezenove, sendo sete ouros, seis pratas e seis bronzes.
Quanto a Dilma até a torta vegetação do cerrado que circunda o Palácio da Alvorada sabe que foi o nome sonhado por Lula e por ele defendido no mundo petista. Desde a intenção inicial até a indicação ocorrida em votação simbólica 13.06.2010 foram muitas horas de conversas, debates e imposições. Dilma, montada na popularidade de Lula, ganhou a eleição e aos “trancos e barrancos” concluiu o primeiro mandato. No último ano do
governo, mesmo com as inúmeras dificuldades Lula mais uma vez bancou a candidatura.
Novamente por exigência de seu principal líder o Partido dos Trabalhadores em 03.05.2010 indicou Dilma como candidata à reeleição. A morte de Eduardo Campos, os desacertos do governo e as denuncias diárias sobre corrupção promoveram a eleição mais disputada desde a redemocratização. Anunciado o resultado após o segundo turno começou o tiroteio.
Depois da posse a frequência dos tiros aumentou e Dilma, com a reconhecida incapacidade de conviver com o “rebelde” congresso, foi definhando até o acatamento do pedido de impedimento. A abertura do processo e o aprofundamento da operação “Lava Jato” levou o que restava do cambaleante governo. O desfecho final do processo encerrou o ciclo petista. O país está sendo conduzido por uma cria adotiva que Lula amparou.
A Copa 2014 a Olimpíada 2016 e Dilma tomaram rumos diferentes dos que o “zeloso” pai sonhou. Fica a lição para os futuros “estadistas” brasileiros: “Cuidado com as crias cuja geração, gestação e nascimento exigem esforços demasiadamente grandes”.
Por: Ademar Rafael