Home » Crônicas de Ademar Rafael » CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarPOESIA, BOM MOMENTO.

Nas duas últimas oportunidades que estive com o afogadense Alexandre Morais, poeta e seguidor do reino da cultura popular, ele fez questão de destacar o bom momento que atravessa a poesia em nossa região. Destacou também a sua visibilidade através de publicações de livros, programas de rádio, televisão, mesas de glosas e trabalhos nas escolas.

Nos anos 80 quando deixei nosso sertão o tema era pouco debatido, a propagação ocorria quase que exclusivamente antes e depois de uma cantoria de viola quando declamávamos ou ouvíamos declamações de poemas de Rogaciano Leite, Dedé Monteiro e Cancão.

Os enxertos de poemas durantes as apresentações musicais promovidos por Lirinha no “Cordel do Fogo Encantado”, por Maciel Melo, Santana O Cantador e outros artistas deram força a um movimento da validação da poesia escrita, esta abertura deu suporte para o movimento atual.

Atualmente e comum vermos em eventos culturais a inserção de recitais, das fenomenais mesas de glosas e declamadores. Em alguns casos tais apresentações configuram-se como o ponto alto da festa.

Com extrema satisfação percebemos que a lista de novos talentos é infinita. Aqui apontamos uma pequena parte. De início registramos o trabalho “dos meninos” de Bia Marinho. Antônio Marinho, Greg e Miguel que deram uma versão personalista ao estilo que os filhos de Zé de Cazuza, Miguel Marcondes e Luís Homero, popularizaram em “Vates e Violas”. No estilo poesia e música se entrelaçam tornando-as inseparáveis.

Jovens como Caio Menezes, Dudu Morais e o próprio Alexandre Morais, sem intimidação e com o ímpeto juvenil, sentam-se ao lado de poetas renomados como Dedé Monteiro, Zé Adalberto, Genildo Santana e outros para produzir versos memoráveis, aprovados pelos mais ácidos críticos.

A este elenco somam-se poetisas como Mariana Teles, Izabela Ferreira e Thyelle Dias, meninas que escrevem e declamam como gente grande. São jovens que assumem a condição de poetisas em qualquer constrangimento, pelo contrário o fazem com orgulho. Ganham admiradores tanto pela performance no palco como pelo conteúdo das suas criações poéticas. Mariana, filha do poeta Valdir Teles, tem livro publicado.

Recentemente os poetas Pedro Fernandes de Araújo e Vinícios Gregório, lançaram, respectivamente, “Bisaco de Poesia” e “Alma impressa”, livros de poesias muito bem avaliados pelos críticos de plantão.

Numa festa promovida pelas famílias Bernardo, Filomeno e Menezes na cidade de Tuparetama, na qual a poesia foi o principal ingrediente, Ana Clara, neta do poeta Gregório Filomeno e Letícia, neta de Terezinha de Zé Filó – sobrinhas netas de Manoel Filomeno de Menezes – deram um verdadeiro show de declamação e canto.

Por isto caro amigo Alexandre não temos dúvidas que o bom momento da poesia perdurará por muitos anos. Que assim seja.

Por: Ademar Rafael

 


Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários