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OPINIÃO DO PERNINHA

YANEYane Marques, sempre Yane!

Passados os jogos olímpicos chegamos à segunda feira (22/08) quando, no café da manhã, sou surpreendido com uma pergunta que vem de minha esposa: e a crônica da semana vais fazer sobre qual tema? Sem pestanejar, lhe respondo com outra pergunta: o que é que você acha? Não há como ser diferente, vou escrever sobre o OURO que Yane representa. E sabe por quê? Simplesmente pelo seu histórico. Essa guerreira de 32 anos, medindo 1,67m de altura e pesando 53kg, coleciona no pentatlo moderno nada mais nada menos que 10 títulos; ganhou o primeiro em 2005 e não parou mais de colecioná-los.

Quanto as Olimpíadas últimas, ainda estão gravadas em minha mente as cenas mostradas pela TV, por ocasião da entrada triunfante de nossa heroína, na Vila Olímpica do Rio de Janeiro, com o sorriso estampado no rosto e uma alegria contagiante na hora que conduzia a bandeira  verde/ amarelo e – mais ainda – quando encerrava as suas apresentações vestida com a bandeira de Afogados da Ingazeira. É emoção demais para um sessentão como eu.

Por certo, com todo respeito aos leitores, haverá algum idiota que questione: mas ela não ganhou medalha. E precisava? Yane já é o próprio OURO. Em um País que não valoriza os seus filhos, que não se preocupa com o futuro dos jovens e que não tem verbas para alcançar a cultura e o esporte na preparação dos atletas menos favorecidos, Yane se sobressai e encanta o mundo. Num universo de quase 5 bilhões de telespectadores, que tem acesso aos canais de comunicação, indo do Oiapoque ao Chui, cortando toda a linha divisória do Equador ou por onde sua imaginação divagar, essa sertaneja, mais uma vez, mostrou sua personalidade forte, seu equilíbrio e espírito desportista como uma “marca registrada” usada em sua trajetória campeã para escrever com letras de OURO toda a sua história.

História que ficará para as gerações futuras. Aos mais curiosos, sugiro que deem uma olhadinha em sua biografia; aos mais novos, sugiro que lhe copiem e aos que não ouviram falar sobre ela ou não tiveram a oportunidade de conhecê-la, o meu lamento. Enfrentar uma competição desse nível, adentrando a uma praça de esportes com o peso da nossa Bandeira, largando um minuto e sete segundos após as outras competidoras e concluir uma prova com a determinação, garra e lucidez que a Yane apresentou não tinha como não emocionar até o mais sisudo expectador.

A nossa crítica vai para o poder público, mais precisamente, para a gestão municipal. Com certeza ,não há quem diga que Yane é filha de Afogados. Sabem por quê? Colocar um telão em praça pública, para que o povo assistisse as apresentações da Yane, ficou muito abaixo do preço da nossa atleta. Coisa parecida foi feita em algumas cidades na semi-final da Copa do Mundo de 2014, quando amargarmos aquele massacre de 7 x1 pela Seleção alemã. Ali sim, a dor foi maior do que os gastos; agora não, Yane foi quem se gastou por nós. E, independentemente da colocação, deu o seu recado. Recado de bravura, de pajeuzeira determinada, de patriotismo, de compromisso cívico, de guerreira e por que não dizer: de exemplo a ser copiado pelas gerações que – apesar dos pesares – ainda acreditam na aurora de um novo dia.

Por tudo isso YANE será sempre o OURO que toda nação gostaria de ter. Sem telão em praça pública (coisa muito pequena), ela é e será eternamente o OURO que orgulha Afogados e engrandece o País. É o pódio que ficará para a história. Parabéns Yane, valeu, outra vez!

perninha (1)Danizete Siqueira de Lima- Afogados da Ingazeira – agosto de 2016.


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