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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARTRANSPARÊNCIA x CORRUPÇÃO

 Nos anos 90 a febre era qualidade, em tudo encontrávamos os compromissos das organizações com o tema. Posteriormente a qualidade deixou de ser um diferencial e foi incorporada automaticamente nos produtos e serviços. Alguns teimaram em dizer que tinha sem ter e foram banidos.

Na virada do século a palavra de ordem passou a ser transparência. O primeiro grande movimento nessa direção foi a criação do “Índice de Opacidade”, criado por Joel Kurtzman, por demanda da PriceWaterhouseCoopers, para medir a falta de transparência nos países.

Warren Bennis, no capítulo três do livro “Transparência – Como criar uma cultura de valores essenciais nas organizações”, intitulado como “A nova transparência”, define índice de opacidade como a avaliação dos países a partir das seguintes áreas de interesse: “Corrupção nas empresas e no governo, ineficácia de seu sistema legal, aspectos negativos de sua política econômica, insuficiência de suas práticas contábeis e governança”.

Na primeira medição, conforme matéria de Clovis Rossi publicada na Folha de São Paulo em 26.01.2001, o Brasil foi classificado como último entre os países da América Latina e Singapura ficou na liderança como o país mais transparente.

Atualmente a “Transparência Internacional” analisa o ranking dos países quanto à corrupção. Em 2015 o Brasil ficou como 76º colocado na medição feita no universo de 168 países e territórios, perdendo sete posições em relação ao estudo de 2014. O país líder foi a Dinamarca e na última colocação ficaram Coreia do Norte Somália.

Com a aceleração das investigações da “Lava Jato” é muito provável que continuaremos ladeira a baixo. Por estas bandas transparência somente no discurso. As delações premiadas estão mostrando atos de corrupção até onde jamais alguém suspeitaria.

Inúmeros estudos apontam que a melhor forma de enfrentarmos a corrupção é dando total transparência aos nossos atos. Nesta direção matéria assinada por Lizandra Magon de Almeida e Adriana Salles Gomes e publicada na Revista HSM Management, número 117, de julho/agosto-2016, sob o título “Empresas contra a corrupção”, afirmam categoricamente que e necessário “transformar virtudes em hábitos, mudar processos e práticas tendo a transparência como principio e criar uma comunidade moral”.

Estamos prontos para isto? Até que ponto nossas organizações públicas e privadas querem que a transparência saia do papel e seja praticada na plenitude? Caminhos e bons exemplos existem. Vamos em direção à Dinamarca ou teimaremos em seguir rumo à Coreia do Norte e à Somália?

Por: Ademar Rafael


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