A cruel velhice na Sociedade Capitalista Moderna
Em nossa sociedade capitalista, a agilidade se tornou o método de trabalho por excelência, fazendo com que a produção do operário se transforme em uma simples repetição de gestos. Com base nessa ótica, o idoso, outrora considerado como uma pessoa que acumulava experiência e que, por isso,com o passar dos anos, detinha um aperfeiçoamento das suas atividades, hoje é visto como semi incapaz. Uma mão-de- obra desnecessária para o processo de produção.
Vejamos alguns dados. Estima-se que em 2020 o número de idosos seja 12% da população brasileira. E esse crescente aumento se dá por fatores ligados principalmente ao progresso da tecnologia e aos avanços na área da saúde. Porém, esses progressos não trouxeram somente estimativas positivas, posto que a família moderna caminha às pressas com o mundo capitalista e acaba priorizando as características ligadas à agilidade, tendo como resultado o aumento do número de casos de abandono dos parentes mais velhos em asilos.
Com a perspectiva de abandono, existe a tendência de que o idoso passe a se isolar. Mesmo com as habilidades preservadas, alguns se sentem inferiores, apresentam sintomas de melancolia e chegam à depressão, costumando querer todos da família sempre ao lado, por acreditarem que a qualquer momento a morte pode chegar. Dessa forma, é importante observar os sinais.
O acompanhamento psicológico é indispensável para a retomada da auto-estima do idoso, assim como também o auxilia a entender melhor suas condições de saúde física e emocional. Pode ser feita individualmente ou em grupo com pessoas da mesma idade, a participação de todos na partilha de suas vivencias, possibilita a diminuição de sofrimentos e ansiedades comuns a essa etapa. Por fim, a presença da família é fundamental na evolução do tratamento, em muitos casos os problemas familiares são as causas da enfermidade emocional do paciente.
Thaís Alves é Psicóloga Clínica (CRP: 02/17550), integrante da equipe do Centro de Diagnóstico Iracy Pires, em Afogados da Ingazeira; é mestranda em Saúde Pública e todas as terças assina a coluna PSICOLOGIA INFORMA.