É comum confundir timidez com fobia social. Enquanto que o tímido apresenta característica de um medo suave, o fóbico social possui um transtorno mental que pode impedir a concretização de tarefas simples do dia a dia, como ir a lugares públicos ou relacionar-se com outras pessoas.
O tímido possui medo de rejeição, do julgamento alheio, de ser alvo de deboche, de não ser bem visto diante da sociedade. Mesmo tendo a consciência de que não é inferior às outras pessoas, ele se sente como se fosse. Não é considerada uma patologia, e sim, uma sinalizadora da mesma.Se o indivíduo obtiver um desenvolvimento gradual nos mecanismos de adaptação a situações que o deixem com muita vergonha, ele reduz, consideravelmente, o nível de sofrimento. Do contrário, o problema pode se agravar, levando a um quadro de Transtorno de Ansiedade Social conhecido como Fobia Social.
Na Fobia Social, o indivíduo procura evitar todas as situações nas quais há relação com outras pessoas, chegando a um nível em que se torna difícil realizar atividades essenciais para uma vida saudável. Com muito sacrifício, consegue ir ao trabalho, porém, se o mesmo exigir novos contatos, é capaz de abandonar o emprego. Tem dificuldade de entrar em lojas, ir a parques, praças, supermercados. Geralmente, o fóbico anda com a cabeça baixa; o sofrimento é intenso a ponto de vislumbrar pensamentos desastrosos sobre si.
O medo excessivo não possui uma causa racional. As manifestações físicas se dão por meio de taquicardia, sudorese, tremor, respiração ofegante, como se o corpo avisasse que algo ruim poderá acontecer a qualquer momento. Diante de tais sofrimentos, é normal que os indivíduos vejam a solidão como a solução para os problemas; contudo, esse vazio pode vir seguido de depressão. O tratamento requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e, geralmente, a procura pelo profissional é tardia, devido ao fato de as pessoas acharem tais comportamentos típicos da personalidade do outro. Fique atento aos sintomas! Quando a timidez chegar ao ponto de prejudicar o dia a dia do indivíduo, a procura pela ajuda deve ser imediata para manutenção do equilíbrio emocional diante das situações ameaçadoras, evitando assim, a Fobia Social.
Thaís Alves é Psicóloga Clínica (CRP: 02/17550), integrante da equipe do Centro de Diagnóstico Iracy Pires, em Afogados da Ingazeira-PE; é mestranda em Saúde Pública e todas as terças assina a coluna PSICOLOGIA INFORMA.