O Palácio do Planalto tem realizado uma ofensiva no intuito de angariar votos para sepultar o impeachment e nos últimos dias tentou convencer o PSB a apoiar Dilma Rousseff na votação do impeachment. O PSB é um partido que possui a sua maior expressão em Pernambuco, quando tem o governador, o prefeito do Recife, vários deputados estaduais, vários federais e um senador. Além de ser o reduto político dos ex-presidentes da sigla Miguel Arraes e Eduardo Campos.
Defensor do impeachment e ferrenho opositor do PT, o deputado Jarbas Vasconcelos se aliou a Eduardo Campos em 2012 para derrotar o PT na disputa pela prefeitura do Recife, e acabou logrando êxito na tentativa, com a vitória de Geraldo Julio no primeiro turno. Em 2014, no afastamento definitivo do PSB do PT, Jarbas Vasconcelos foi igualmente importante, quando abdicou de buscar a reeleição ao Senado para facilitar a escolha de Eduardo Campos na composição da majoritária da Frente Popular, e mais importante ainda após a morte de Eduardo, quando “deu um murro na mesa” e refutou a hipótese de trocar Paulo Câmara da cabeça de chapa, fazendo prevalecer a vontade do líder socialista, que posteriormente foi corroborada nas urnas pelo povo pernambucano.
Jarbas quer que o PSB fique no mesmo lugar que Eduardo decidiu ficar quando candidatou-se a presidente, ou seja, na oposição. Um eventual apoio a Dilma Rousseff por parte do PSB será um desserviço à memória de Eduardo Campos e ao eleitor que colocou o partido na oposição ao PT e a Dilma Rousseff. O movimento de apoio ao Planalto contra o impeachment, ensaiado por setores do PSB, pode trazer desdobramentos diretos nas eleições municipais. No Recife, por exemplo, o PT poderia apoiar a reeleição de Geraldo Julio retribuindo o eventual apoio a Dilma por parte dos socialistas.
Jarbas, por não concordar com esse aceno do PSB, ensaia um rompimento caso seja confirmado o apoio do partido a Dilma. Podendo reeditar a União por Pernambuco com PMDB, DEM, PPS e PSDB em torno do próprio Jarbas Vasconcelos numa candidatura a prefeito do Recife, o que poderia ser letal para as pretensões de Geraldo Julio em buscar mais um mandato. Afinal de contas, o que vale mais? Apoiar um governo moribundo e arriscar o comando da capital pernambucana ou apoiar o impeachment e manter a tropa unida em torno de Geraldo Julio? O tempo vai dizer.
Por: Coluna Blog Edmar Lyra